O Pelotão de Polícia Ambiental passa a fazer a fiscalização semanal das barragens localizadas em propriedades rurais do município de Malhador, cuja utilização da água foi suspensa para a irrigação. A medida foi tomada na manhã desta quarta-feira, 25, durante reunião da força-tarefa formada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), além da Deso, Cohidro e instituições voltadas para a preservação das bacias hidrográficas, e visa garantir, exclusivamente, o abastecimento para consumo humano e animal, já que a cidade passa por uma crise hídrica sem precedentes.
A atuação da Polícia Ambiental, segundo o secretário estadual de Meio Ambiente, Olivier Chagas, objetiva garantir, de forma pacífica, o cumprimento do acordo firmado na semana passada, entre produtores agrícolas da região e a força-tarefa, que trata da suspensão geral e provisória da irrigação, com exceção de alguns produtores de batata que estão prestes a fazer a colheita. Esses têm permissão de molhar suas plantações, exclusivamente, apenas na véspera da colheita.
“A gente continua fazendo a gestão dos recursos hídricos. A questão é que a água está escassa. Temos tomado uma série de medidas, mas não temos ainda como atender a contento a comunidade, que é o nosso grande foco. É importante frisar que todas as medidas tomadas anteriormente estão mantidas, a exemplo da suspensão da irrigação, com exceção de algumas situações”, justificou Olivier Chagas.
O diretor da Superintendência de Recursos Hídricos da Semarh, Pedro Lessa, reiterou a necessidade de todos cumprirem os encaminhamentos das últimas reuniões e que a fiscalização será pontual. “Essa reunião foi para dar continuidade aos encontros anteriores e hoje chegamos ao encaminhamento de se manter uma fiscalização sistemática, juntamente com nossos técnicos e o Pelotão Ambiental. A fiscalização será semanal e sem aviso prévio, para que tenhamos o controle da situação. Vamos aguardar os próximos dias para ver se a vazão melhora”, ponderou.
Reativação de poços
A prefeita de Malhador, Elaine Oliveira de Araújo, também participou da reunião. Ela sugeriu a possibilidade da Cohidro reativar alguns poços artesianos na região, para que a água seja utilizada para completar o reservatório da Deso.
“A gente tem buscado participar das reuniões na tentativa de minimizar essa situação. Pedimos o apoio de todos. Estamos vendo até a possibilidade de decretarmos situação de emergência no município. Nesse sentido, sugerimos a reativação de alguns poços que estão desativados. A gente tem se somado para minimizar essa seca. Para nós, gestores, é difícil a situação, porque nosso povo vive diretamente da agricultura e não temos água nem para consumo humano”, expôs a gestora.
Vazão baixa
Ao transcorrer da reunião, o representante da Deso, Manuel Ciro, informou que hoje a vazão da barragem que abastece a cidade, proveniente dos Rios Mata Verde e Cajueiro dos Veados, permanece com 61 metros cúbicos, sendo que o normal seriam 110m3. “A vazão opera com sessenta e um metros cúbicos nos últimos nove dias, com horas de trabalho alternadas entre 23 e 24 horas. Vamos aguardar os próximos dias para vermos se a suspensão no abastecimento dos agricultores fará efeito e a vazão suba alguns metros”, aguarda.
Previsão
O meteorologista da Semarh, Overland Amaral, também participou da reunião e informou que há a possibilidade de chuvas, típicas de trovoadas, a partir do dia 31 de janeiro e possivelmente 10 de fevereiro.
“É apenas uma previsão, devido a atuação da zona de convergência do Atlântico Sul. Mesmo assim, não normaliza a situação, já que as chuvas previstas para os próximos meses, em torno de 35 milímetros, estão dentro do esperado para a época do ano. Nesse sentido, há uma projeção de impacto severo na agricultura e pecuária”, disse o meteorologista, não muito otimista.
