ARACAJU/SE, 25 de abril de 2024 , 3:53:51

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Igreja Católica, Corpo Místico de Cristo, Casa do Amor

 

Padre Everson Fontes Fonseca,
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição do Mosqueiro.

Da leitura do Evangelho de São João, temos do Senhor: “Eu Sou a videira e vós sois os ramos” (Jo 15,5). O harmonioso conjunto desta belíssima alegoria é realidade da única Igreja de Cristo, por ser apenas um o Seu Místico Corpo, do qual somos os membros (cf. 1Cor 12,12-27), Sua Esposa.

No testemunho de São Pedro, o Papa, acerca da eleição ao que é distinto – como somos na nossa singularidade – temos a seguinte constatação: “De fato, estou compreendendo que Deus não faz distinção de pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença” (At 10,34). O ligame que une o diverso é a potência do amor de Deus que é derramado pelo Espírito Santo, que, numa só fé, nos faz viver no amor a Deus (expresso como temor do Senhor) e no amor ao irmão (traduzido por prática da justiça). Isso é o que une a Una Igreja, que é Católica por ser composta por muitas faces de todo o mundo. E não é Católica apenas por sua composição miscigênica, mas também por sua mensagem destinada a toda a humanidade, no cumprimento do querido por Jesus, que deixou a Sua missão como tarefa da Igreja, quando da Sua ascensão: “Ide, pois, ensinai todas as gentes, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ensinando-as a observar tudo o que vos mandei” (Mt 28,19-20).

Percebamos como exemplo, ainda na Sagrada Escritura, o zelo, o amor pastoral de Pedro, que, na urgência da missão, não descuida de querer conceder a Cornélio e a sua família a salvação proveniente dos Sacramentos da Iniciação à Vida Cristã: o Batismo, a Crisma e a realidade da Eucaristia, que está subentendida pela visão que Pedro, antes de chegar à casa de Cornélio, tem (cf. At 10,9-16).

O Senhor, que faz conhecer a salvação e às nações sua justiça, recordando o Seu amor sempre fiel por Sua Casa (a Igreja Católica), pelos Seus (cf. Sl 97,2-3), também nos ensina a amar, inclusive pela cartilha dos Seus mandamentos, fazendo com que os que Dele nasceram, conheçam-No, inclusive na horizontalidade da fé pelo amor aos irmãos: “Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo o que ama nasceu de Deus e conhece Deus” (1Jo 4,7). É interessante porque a lição dos mandamentos faz com que sejamos “parceiros” de Deus e dos outros; pois, amigos de Deus, permanecendo com Ele, sendo um com Ele, somos igualmente daqueles que, conosco, nas escarpas da vida, sobem a Deus pelos Sacramentos de Sua Igreja, num processo contínuo de aperfeiçoamento à altura Daquele a quem somos configurados. E foi para esta perfeição que Ele nos escolheu e nos designou a frutificar no campo do mundo, sempre unidos, entre nós, a Ele, formando uma só e mesma realidade: a Família de Deus, a Sua Igreja (cf. Ef 2,9).

Os ligames do amor e da fé devem unir os corações dos fiéis no desejo de serem reconhecidos pela prática da caridade, fazendo com que, quando voltar, o Senhor encontre os filhos de Sua Esposa Imaculada com as lâmpadas de suas vidas crepitantes da mesma fé e ornadas pela mesma caridade, tal como Ele nos ordenou. Esta é, pois, a lógica que move a comunidade cristã.