ARACAJU/SE, 18 de abril de 2024 , 0:01:47

logoajn1

No jogo de xadrez, um xeque mate!

No campeonato brasileiro do xadrez político, ainda não se sabe quem  vencerá, embora percebamos que há um mestre nesta batalha que já deu xeque mate. Entre os jogadores, o ex-presidente Lula cometeu o grave erro da omissão, em saber do funcionamento do negócio entre políticos e empresários, onde este sistema, sabe-se,  já existia muito antes de vir a ser presidente, no entanto, permitiu que o modelo prosseguisse em seu curso normal. Talvez seu maior erro tenha sido a ausência de um pedido de desculpas, verdadeiro, sincero, transparente, dirigida à toda nação, revelando que sabia de tudo mas, “não podia fazer nada!”.

 

Ao mesmo tempo, os torcedores do xadrez vermelho continuam cometendo outro equívoco – não reconhecer que os únicos “culpados” pela presença do presidente Temer na sequência do poder são eles mesmos que o elegeram.  Dizer que votaram na Dilma, e não no Temer, é o mesmo que dizer-se analfabetos. E não são! A maioria deles são esclarecidos politicamente. Cabe a cada um reconhecer a “mea culpa”. Há um cenário de golpe? Possivelmente, sim. Mas, a luta dos golpes já vem ocorrendo há muito tempo. Eles se odiavam e andavam juntos. E quem se alia a um inimigo no campo ideológico, edifica, para baixo, a sua própria cova – que neste caso, fica no Congresso Nacional. Nesta jogada do seriado jornalístico, o foco era Lula, e agora, Temer. O que alguns não percebem é que isto também faz parte de um jogo de mestres!

 

O nocaute dado no senador Aécio Neves faz parte desta estratégia que foi calculadamente articulada pelo melhor jogador, entre todos eles. E não se trata do mineiro. Apesar do sangue político que traz a herança do seu avô, Tancredo Neves, Aécio acordou para a dureza da política nesta crise que domina as instâncias do poder. Quem passar pelo “ventilador da morte”, corre o risco de não sobreviver. No caso dele, já arrancaram suas pernas e braços. Só um milagre poderá reerguer sua dignidade diante da opinião pública.

 

E nesta complexa batalha de definições de caráter, o ministro Gilmar Mendes é, sem dúvida, o que consegue fazer uma leitura política que indigna uns, impressiona outros, mas compõe uma série de fatores jurídicos, políticos, administrativos e de ordem social, que exige um estudo não emocional, e que pode levar décadas por parte dos estudiosos da área jurídica em calorosas discussões. No dito popular, ele conhece o sapo, a cobra, a traíra e o cordeiro. Porque ele possui o seu próprio zoológico de estudos.

 

Mas, entre todos eles, dos denunciados aos que estão na bola da vez do ataque midiático, nenhum conseguiu derrubar de uma só vez, as torres, os cavalos e o rei, como o empresário Joesley Batista – ao denunciar alguns, e citar outros de uma forma que não provará nada em um processo de investigação, Joesley conseguiu tirar do centro da mídia, a imagem do ex-presidente Lula, provocando uma concentração poderosa em torno do presidente Temer. Para conseguir um feito deste, não precisa ser Al Capone. Basta ser presidente de uma empresa que cresceu em diversos países, mostrando que a habilidade de destruir um inimigo é como vender carne – basta matar o boi, cortar e oferecer nas bancas. Todo mundo fará da carne, um delicioso churrasco!