Da redaçõ, AJN1
Não é o cenário de desconfiança da economia brasileira, naufragada há quase três anos, muito menos a alta do dólar, atrelada à gangorra da inflação, que vêm tirando o sono do presidente do Sindicato dos Lojistas de Aracaju (CDL), Breno Barreto, com relação às suas expectativas para as vendas deste Natal, mas os atrasos salariais que os servidores públicos, e até mesmo trabalhadores do setor privado, vêm aturando.
Em entrevista ao portal AJN1, Breno Barreto mostrou-se preocupado com as vendas deste ano, que devem apresentar um crescimento medíocre, entre 2% e 3%, com algumas ressalvas em determinados segmentos do comércio, quase o mesmo percentual de 2016, que ficou na casa dos 2%. Para Breno, o cenário é desfavorável.
“Esperamos crescer, no geral, entre 2% e 3%. Ano passado chegou a 2%. Agora, em alguns segmentos, como calçados, eletroeletrônico, pode até crescer mais, a depender do pagamento do 13º salário da Prefeitura e do Governo. Esses fatores decisivos vão dar o sucesso ou não das vendas de Natal. Os consumidores estão esperando o dinheiro entrar na conta para poder gastar. Mas estão recebendo dinheiro atrasado, aí ninguém compra. Considero esse atraso como o maior vilão. Esse sobressai mais que o aumento do dólar e até mesmo a inflação”, afirma Breno.
Em contrapartida, de acordo com Breno, para tentar tranquilizar e fisgar os consumidores, a CDL, com os seus apoiadores, a exemplo do Sebrae, Acese, Fecomercio, Sindiloja, estendeu o horário de funcionamento das lojas, tendo, inclusive, efetivado parceria com a Polícia Militar para maior patrulhamento da região do comércio. “Além disso, fizemos toda ornamentação natalina do Centro. Estendemos a abertura das lojas até às 21h, abrimos aos sábados e domingos. São fatores que contribuem”.
13º
O Banco do Estado de Sergipe (Banese) disponibilizou mais de R$ 145 milhões em recursos para o servidor estadual resgatar a 2ª parcela do seu décimo terceiro de forma integral.
Para Breno, esses recursos, se forem mesmo utilizados, são importantes para o aquecimento das compras de final do ano. “A ausência desses recursos poderia causar enorme prejuízo para o setor do comércio e serviços", afirma o presidente.
Ainda conforme Breno, se juntar todos os trabalhadores de Sergipe, incluindo os públicos e privados, a economia sergipana poderia receber uma injeção de mais de R$1 bilhão. “Mas sem o dinheiro no bolso, os consumidores não compram”.