ARACAJU/SE, 13 de julho de 2025 , 8:19:41

Sergipe é o estado do Nordeste com o menor número de investidores

 

Sergipe é o 22º estado do Brasil e o nono na Região Nordeste em relação ao número de investidores pessoas físicas, com mais de 36 mil contas sob custódia, segundo dados da B3, de junho de 2025. O valor investido total é de R$1,53 bilhões, totalizando 0,26% de todo o capital aplicado no país.

O número de investidores no estado, que era de 17.214 no final de 2020, deu um grande salto e passou a 36.828 em junho de 2025, um aumento de 132% em cinco anos. Naquele ano, foram investidos R$ 1,01 milhão, enquanto em 2025 o número subiu para R$ 1,53 bilhões, aumento de 51,48%

O gestor e sócio da Garoa Wealth Management, Fernando Camargo Luiz, destaca que Sergipe é um estado estratégico para a atuação da consultoria, que se dedica à construção de planos de investimento alinhados ao perfil dos investidores, além da análise de portfólios para otimização da relação risco-retorno. Recém-chegada ao mercado, a consultoria já administra mais de R$1 bilhão em patrimônio sob acompanhamento e R$1,5 bilhão em carteiras analisadas e reformuladas.

“O potencial da região é enorme, especialmente quando analisamos a composição das carteiras dos clientes locais. Muitos investidores assumem riscos desnecessários, alocando grande parte de seus recursos em renda fixa atrelada a crédito privado corporativo”, alerta Luiz, ao destacar que o número de investidores ainda está aquém do potencial do Estado.

Segundo a Anbima, em 2024, os nordestinos aplicaram R$663,5 bilhões, um crescimento de 13,2%. O dado mais surpreendente, no entanto, foi a alocação de R$74,4 bilhões em títulos privados corporativos, excluindo CDBs.

“Há consultorias que recomendam que os clientes aloquem mais da metade da carteira em FIDCs e fundos multimercado de crédito privado, sob o argumento de que esses ativos oferecem estabilidade e performance superior ao CDI, com riscos pulverizados. No entanto, essa percepção de baixa volatilidade é enganosa”, destaca Luiz.

De acordo com o sócio fundador da Garoa Wealth Management, a maior parte das pessoas opta pela poupança como investimento principal, o que também é um erro.

“Com a taxa de juros no patamar atual, não é necessário que o investidor corra riscos desnecessários, mas também não faz sentido manter recursos na poupança, que tem rentabilidade inferior a outras opções de baixo risco”, explica.

Segundo ele, o crédito privado corporativo traz um risco adicional relacionado à liquidez. Caso o investidor precise se desfazer do ativo antes do vencimento, não é garantido que ele conseguirá realizar essa venda e há o risco de sofrer uma perda total desse investimento.

“O alerta que fazemos é: se o seu perfil é conservador, evite esse tipo de armadilha. Busque fundos com estratégias de proteção de capital e liquidez, seja para investimentos de curto e médio prazo ou para previdência. Até fundos de renda fixa considerados conservadores podem conter até 20% do portfólio em crédito privado, conforme permitido pela regulamentação, o que pode gerar riscos desnecessários”, ressalta.

Outro ponto relevante é que muitos profissionais do mercado evitam recomendar alternativas mais seguras porque as comissões são mais baixas, gerando um conflito de interesses.

“Criamos a Garoa WM para atuar de forma independente, sempre priorizando o melhor interesse do cliente. Nosso modelo de remuneração é transparente: não recebemos comissões de corretoras ou emissores de produtos financeiros. Nossa receita vem exclusivamente dos clientes, o que nos permite recomendar os melhores ativos de qualquer instituição, sem viés comercial”, explica Luiz.

Você pode querer ler também