Da redação AJN1
O município de Malhador, situado na região Agreste do Estado, passa por uma das piores secas dos últimos tempos. A água, que insistia em faltar nas torneiras em períodos sazonais, agora é cada vez mais escassa. Hoje, Malhador passa por um rodízio no abastecimento, situação que vem tirando o sono e agravando a sede dos habitantes.
O rio Mata Verde, acompanhado do riacho Cajueiro dos Veados, que são responsáveis pelo abastecimento do município, perderam um número significativo na sua vazão.
De acordo com a Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), além do período de estiagem, os mananciais são comprometidos por captações ilegais de água, feitas por produtores rurais, prejudicando a distribuição para o restante da população.
“São dezoito proprietários que fazem essa retirada, sendo que só dois têm a permissão para o fazer: a Deso e um outro particular. Nós somos o último no curso dos riachos, para fazermos a captação, ou seja, a água não chega até nós e a Companhia não tem como distribuir”, explicou Carlos Anderson Pedreira, superintendente de sistemas regionais de água da Deso.
A Deso ressalta ainda que o órgão responsável pela gestão dos recursos locais, é a Secretaria do Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh/SE), através da sua Superintendência de Recursos Hídricos (SRH), que está auxiliando na busca da melhor tratativa para dirimir os conflitos apresentados.
Para o secretário de Estado do Meio Ambiente, Olivier Chagas, que na semana passada coordenou uma reunião com os produtores da região no sentido de realizar uma alternância na captação de água, o problema é crônico.
“Estamos traçando estratégias para resolver essa falta de água que aflige a população. O problema vem acontecendo ao logo da história e estamos dando um passo significativo de gestão ambiental. A água precisa ser bem administrada. Queremos garantir o que for melhor para todos”, destacou Olivier.
Calamidade
O Ministério da Integração Nacional (MIN) já reconheceu 20 municípios sergipanos em estado de calamidade hídrica por causa da estiagem. São eles: N. Sra. de Lourdes, Ribeirópolis, Campo do Brito, Canindé de São Francisco, Capela, Gararu, Nossa Senhora da Glória, Pinhão, Poço Redondo, São Domingos, Telha, Carira, Gracho Cardoso, Frei Paulo, Itabi, Macambira, Nossa Senhora Aparecida, Moita Bonita, Poço Verde e Simão Dias.
O reconhecimento federal permite o acesso as ações de apoio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec). Uma delas é a implementação de programas de fornecimento de água tratada, como a Operação Carro-Pipa Federal.