O Exército sírio retomou na manhã desta quarta-feira (14) os bombardeios contra o setor rebelde de Aleppo, apesar do acordo concluído na terça-feira (13) entre a Rússia e a Turquia para a retirada de civis e rebeldes. O pacto deveria marcar o fim da sangrenta ofensiva militar contra a cidade do Norte da Síria, iniciada há um mês. A informação é da Rádio França Internacional.
Os bombardeios chegaram a ser suspensos por algumas horas, mas, nesta manhã, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), as tropas do regime dispararam ao menos 14 morteiros contra o setor rebelde. Os intensos combates impediram o início da operação para a retirada dos moradores que ainda estão na região, prevista para começar hoje.
Os dois lados se acusam pelo não respeito à trégua. O chanceler russo, Serguei Lavrov, afirma que a resistência dos últimos insurgentes deve estar resolvida em dois ou três dias. Analistas europeus dizem que o regime sírio boicota a trégua por ter se sentido excluído da negociação entre a Rússia e a Turquia, protetora dos rebeldes. O governo turco acusa Damasco de impedir a saída dos civis.
Sitiados
Organizações humanitárias estimam que de 90 a 100 mil civis estão cercados em uma área de cinco quilômetros quadrados no leste de Aleppo. A Rússia diz que 360 rebeldes entregaram as armas nas últimas 24 horas e seis mil civis, incluindo duas mil crianças, puderam deixar a zona de guerra.
A queda de Aleppo, que marcará o fim de quatro anos de rebelião na segunda maior cidade da Síria, é vivida na Europa como um momento de incerteza. A Rússia e o Irã, aliados de Bashar Al Assad, vão celebrar um triunfo, enquanto os ocidentais terão de se resignar com o restabelecimento político e militar do ditador de Damasco.
Fonte: Agência Brasil