Da redação, AJN1
A delação premiada do doleiro Lúcio Bolonha Funaro, visto como o principal operador de propina para políticos do PMDB e ligado diretamente ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atingiu, além do presidente Michel Temer (PMDB), o deputado e líder do Governo no Congresso André Moura (PSC-SE).
De acordo com Lúcio Funaro, todos os deputados narrados tiveram negócios com o deputado Eduardo Cunha e receberam propina dele. André Moura foi o primeiro nome da lista a ser citado.
Lúcio Funaro contou que repassou R$ 1 milhão para Eduardo Cunha comprar votos de deputados no processo do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, Cunha queria assegurar o afastamento de Dilma.
Funaro está preso desde julho de 2016 em Brasília e fechou o acordo de colaboração na Operação Lava Jato: a conhecida delação premiada.
Defesa
O deputado André Moura divulgou nota à imprensa defendendo-se das acusações. De acordo com o parlamentar, “Trata-se de expediente com o claro objetivo de beneficiar-se em delação premiada junto ao Ministério Público Federal, acusando a terceiros, em busca de abrandar a pena pelos muitos crimes por ele cometidos. Interessante observar, ademais, a tentativa de polemizar num momento no qual a Câmara dos Deputados analisa uma denúncia sem fundamento contra o presidente da República.”
E André continua: “Tenho a consciência tranquila quanto à correção dos meus atos. A minha atuação política – como líder do Governo na Câmara dos Deputados e hoje líder no Congresso Nacional –, sempre se baseou nos princípios republicanos, dentro dos limites legais das prerrogativas constitucionais inerentes ao Parlamento. Como nada tenho a temer, coloco-me à disposição da Justiça para quaisquer esclarecimentos, até porque vejo o combate à corrupção como fundamental para construirmos um Brasil justo e digno para todos, baseado no que reza a nossa Constituição.”