ARACAJU/SE, 6 de outubro de 2024 , 22:04:03

logoajn1

Brasil e China responsabilizam países desenvolvidos pelas emissões de gases de efeito estufa

 

Foto: KEN ISHII / POOL / AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o líder chinês Xi Jinping assinaram uma declaração conjunta sobre o combate às mudanças climáticas, nesta sexta-feira (14), após reunião em Pequim. No texto, divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, os mandatários apontam a responsabilidade dos países desenvolvidos pelas emissões de gases de efeito estufa e cobram que as nações assumam a liderança das ações climáticas e alcancem a neutralidade antes de 2050, “fornecendo financiamento climático e respeitando o direito ao desenvolvimento e o espaço político dos países em desenvolvimento”, menciona a declaração.

“O Brasil e a China enfatizam a necessidade de combinar uma ação urgente para o clima com a conservação da natureza para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), incluindo a erradicação da pobreza e da fome, sem deixar ninguém para trás”, diz outro trecho do texto.

Os países também se comprometem a “ampliar, aprofundar e diversificar a cooperação bilateral sobre o clima” e anunciam a criação de um subcomitê de meio ambiente e mudança climática sob o Comitê de Coordenação e Cooperação de Alto Nível China-Brasil (COSBAN), para o compartilhamento de tecnologia e intercâmbio de conhecimentos. “Estamos determinados a fortalecer ainda mais o multilateralismo, inclusive com todos os nossos parceiros dentro do Grupo dos 77 e da China (G77+China), com vistas a um modelo de solidariedade climática que seja coletivo, que rejeite o unilateralismo e as barreiras comerciais verdes, e que esteja firmemente fundamentado em valores de solidariedade e cooperação em nossa comunidade internacional”.

“Continuamos muito preocupados com que o financiamento climático fornecido pelos países desenvolvidos continue a ficar aquém do compromisso de US$ 100 bilhões por ano, como tem acontecido todos os anos desde que a meta foi estabelecida em 2009, mesmo quando o montante real necessário ultrapassava de longe esse compromisso”, menciona a declaração conjunta, que cobra que os países desenvolvidos “honrarem suas obrigações”.

A China também apoia no texto a candidatura do Brasil para sediar a COP30. “Pretendemos nos engajar de forma colaborativa no apoio à eliminação do desmatamento e da exploração madeireira ilegal global, através da aplicação efetiva de suas respectivas leis de proibição de importações e exportações ilegais”, conclui.

Taiwan como “parte inseparável” da China

Em encontro com o líder chinês Xi Jinping, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou que o país vai continuar considerando Taiwan como parte inseparável da China. Segundo a nota do Ministério das Relações Exteriores do Brasil,“a parte brasileira reiterou que adere firmemente ao princípio de uma só China, e que o governo da República Popular da China é o único governo legal que representa toda a China, enquanto Taiwan é uma parte inseparável do território chinês. Ao reafirmar o princípio da integridade territorial dos estados, apoiou o desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do Estreito de Taiwan. A parte chinesa manifestou o grande apreço a esse respeito”.

A ilha, que Pequim considera como parte de seu território e pretende tomar até mesmo com uso da força, é disputa constante entre China e Estados Unidos. Constantemente, a tensão entre os países aumenta por causa de alguma decisão que desagrada um ao outro. Nesta semana, por exemplo, durante três dias, Pequim simulou uma tentativa de ataque a Taiwan, operação que, segundo o governo, foi bem sucedida e uma resposta ao recente encontro entre a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, com o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin Mccarthy.

A declaração brasileira gera mais uma divergência entre o país e os EUA. Vele lembrar que o Brasil se recusou a enviar armamentos para Ucrânia e recentemente firmou um acordo com os chineses em que as transações comerciais entre os países não vão mais ser realizadas com uso do dólar.

Fonte: Jovem Pan

 

 

Você pode querer ler também