Da Agência Alese
A deputada estadual Ana Lúcia (PT) usou a tribuna da Assembleia Legislativa para apresentar um diagnóstico sobre a carreira do professor e os problemas que afetam a qualidade do ensino, como a má conservação de escolas da rede pública estadual. A parlamentar lamentou que a educação não seja prioridade deste governo e nem dos gestores que antecederam a Jackson Barreto. “Os governos não valorizam o servidor público”, frisou a deputada, para quem a figura do abono salarial é um vício que se repete de um governo para o outro".
Ana Lúcia disse que o Plano de Carreira do Magistério , criado em 2001, tem sido desmontado a ‘conta gotas’, com a retirada de várias conquistas importantes ao longo dos anos. Segundo a parlamentar, o desmonte do plano começou em 2004. Uma pesquisa feita pela assessoria do Sintese mapeou cada item retirado ao longo dos últimos anos. “Hoje não temos mais uma carreira”, lamentou, lembrando que o desmonte principal ocorreu entre os anos de 2006 e 2012, iniciado com a primeira mudança no escalonamento. “Cada perda de direito, de vantagens, foi classificada pelo Sintese”, lembrou.
De acordo com a deputada, até mesmo professores pós-graduados, com mais de dez anos de carreira, recebem próximo do piso. Ana Lúcia mostrou as perdas históricas e revelou que um professor de início de carreira acumula uma perda de R$ 54 mil na remuneração. Em final de carreira as perdas somam R$ 93 mil. Um profissional com mestrado conta com perdas estimadas em R$ 106 mil. “Um doutor recebe menos que um policial militar de nível médio. É um estado militarizado”, comentou.
“As escolas estão abandonadas, como a José Alves Nascimento, que denunciamos aqui no ano passado e agora está pior. Tem animais pastando dentro da escola, sanitários insalubres, salas com forro danificado”, relatou a deputada, que citou a existência de outras unidades com problemas graves de infra-estrutura. “O governador acha que reformar escola resolve o problema do ensino, mas precisamos de material didático, e as escolas não possuem. Não se ensina sem lápis, sem papel e sem livros”, argumentou.