Da redação, AJN1
O ex-vereador e advogado Alcivan Menezes foi preso no início da manhã de hoje (31), durante a deflagração da primeira fase da operação “Indenizar-se”, que investiga desvios de verbas de indenização de vereadores do município de Aracaju, através da utilização fraudulenta de serviços advocatícios não prestados e locação de veículos mediante contratos fictícios.
Segundo o assessor de Comunicação da Secretaria de Estado da Segurança Pública, Renato Nogueira, Alcivan só foi preso porque as equipes encontraram em sua residência, localizada na Barra dos Coqueiros, armas e munições de uso restrito da polícia, a qual constatou que o ex-parlamentar não tinha autorização para portar duas escopetas calibre .12, uma pistola calibre .380 e munições.
Ao deixar a Delegacia Plantonista para fazer exames de corpo de delito, onde ainda permanece preso, Alcivan rebateu as acusações e disse que a “pistola 380 tem registro e as escopetas são armas velhas, de coleção”.
O advogado de defesa do ex-parlamentar, Walter Neto, disse que não vai se manifestar sobre o caso por enquanto, até que esteja a par da situação, mas alegou tranquilidade por parte de seu cliente.
A investigação feita pelo Departamento de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap), segundo Renato Nogueira, demonstra que as verbas devem ter voltado aos vereadores. “Tudo isso está sendo investigado a partir de um relatório emitido pelo TCE que acionou o MPE que, por conseguinte, acionou o Deotap. Tudo isso está sendo investigado e apontam indícios fortíssimos que as verbas foram utilizadas para benefícios próprios”.
Entenda o caso
Nesta quinta-feira, a ação se concentrou no cumprimento de mandados de Busca e Apreensão para coletar documentos e computadores, que possam dar subsídios e apontem a responsabilidade dos envolvidos. Os alvos foram o prédio e o anexo da Câmara Municipal de Aracaju, o escritório do vereador Emanuel Nascimento (PT), no bairro Siqueira Campos, e o escritório e a sede da locadora de veículos, pertencente ao ex-vereador e advogado Alcivan Menezes, no Centro da capital, e a casa de praia dele, na Barra dos Coqueiros.
O trabalho investigativo desenvolvido pelo Deotap foi uma solicitação do Ministério Público Estadual (MPE), que já havia instaurado procedimento civil a partir de um relatório encaminhado pelo Tribunal de Contas do Estado de Sergipe (TCE). Na apuração do MP ficou constatado que 70% das verbas indenizatórias utilizadas por vereadores de Aracaju se concentravam em duas pessoas: o escritório de advocacia de Alcivan Menezes, e a empresa Elo Consultoria, pertencente ao filho dele.