O presidente do Partido dos Trabalhadores em Sergipe (PT-SE), Rogério Carvalho, disse hoje (14) não acreditar que o governador Jackson Barreto (PMDB) será deposto da presidência do partido pelo fato de manter boas relações com o PT e por estar insatisfeito com o presidente da República, Michel Temer, líder peemedebista.
O comentário do petista acontece em meio ao turbilhão de boatos alimentado nos bastidores da política sergipana, de que, com a vitória de Temer no Congresso – após o arquivamento do processo que poderia tirá-lo do comando do País -, o deputado federal André Moura (PSC-SE), líder do governo Federal no Congresso, estaria ainda mais fortalecido e teria sido convidado por Temer para comandar o PMDB em Sergipe e, por conseguinte, fincar seu nome como pré-candidato ao governo do Estado, “trucidando”, literalmente, toda estratégia do governador em manter o nome do vice, Belivaldo Chagas (PMDB), na sucessão.
“O governador tem a liderança do PMDB aqui no Estado. É uma construção de relações de anos e JB tem relações de anos com quem está filiado ao partido e não acredito que alguém vai tirá-lo da presidência do PMDB. Bom, se tirá-lo, as lideranças e as forças do PMDB migrarão para quem for colocado no lugar”, opinou Rogério.
O petista disse ainda que a possibilidade de Jackson deixar de vez o PMDB e se filiar ao novato Podemos, antigo Partido Trabalhista Nacional (PTN), não é muito consistente. “Não acredito nisso. Não acredito também que vão tirar o governador, a não ser que ele saia e, se ele sair, ele vai levar todo o pessoal ligado a ele. Não acho que o fato dele acompanhar e ter boas relações com o PT o enfraqueça na direção do partido. Ele vai manter sua posição que manteve contra o golpe de 2016 ”, reiterou Carvalho.
Pode sair
O governador já chegou a admitir que foi convidado pela presidente do Podemos, deputada federal por São Paulo, Renata Abreu, para ingressar na legenda. “Nós recebemos o convite da deputada Renata e nós não vamos tomar nenhuma posição neste momento, até porque ninguém conhece as regras do jogo. Daqui até o mês de setembro, surgirão muitas novidades políticas no país e, do jeito que as coisas estão caminhando, cada dia com novidades negativas, ninguém sabe aonde é que vamos chegar”, disse Jackson no último mês de junho.
Outro agravante: o diretório nacional do PMDB está decidido a apoiar os candidatos do PSDB, principalmente o de presidente da República, nas eleições de 2018, e isso, para Jackson, seria o ponto final em sua história de militante com a sigla, que nunca elegeu um presidente pelo voto popular diretamente.
Rogério candidato?
Nos dias 20 e 21 de agosto, o ex-presidente Lula estará em Sergipe para uma maratona de eventos. Ele percorrerá os municípios de Estância, Lagarto, Itabaiana, Glória e Aracaju, numa espécie de “campanha presidencial mascarada”, visando as eleições do ano que vem. Durante a passagem do líder petista, o governador estará presente, o que pode gerar ainda mais conflito entre ele e o chefe Michel Temer.
O que circula nos corredores da política sergipana é que Lula irá convencer Jackson a optar por Rogério como candidato ao Executivo estadual. Se não conseguir, vai costurar a candidatura dele ao senado.