Da redação, AJN1
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF, atendeu a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e decidiu incluir o líder do governo na Câmara, deputado André Moura (PSC/SE), na investigação da Lava Jato, desmembrando, assim, o principal inquérito da operação.
De acordo com a decisão assinada na última segunda-feira (3), o ministro aceitou dividir o inquérito que apura crimes envolvendo a Petrobras em quatro: um para crimes envolvendo integrantes do PT, outro para o PP, um para membros do PMDB na Câmara dos Deputados e outro para integrantes do mesmo partido que atuam no Senado.
Entre os nomes que figuram na lista de investigados no inquérito 'PMDB na Câmara' também estão Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Lyra, Aníbal Gomes e o banqueiro André Esteves.
Zavascki também incluiu outros nomes investigados na Lava Jato, a exemplo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o deputado cassado Eduardo Cunha.
Em sua decisão, o magistrado argumenta que, embora as investigações tenham identificado "um grupo criminoso organizado único, amplo e complexo", alguns membros de "determinadas agremiações organizaram-se internamente, valendo-se de seus partidos e em uma estrutura hierarquizada, para cometimento de crimes contra a administração pública".
Segundo Janot, essa organização interna no esquema da Petrobras justificaria a necessidade de fatiar o inquérito da Lava Jato.
"A Procuradoria-Geral da República reputa que, para otimização do esforço investigativo, embora os fatos investigados sejam conexos, é necessária a cisão do presente inquérito, com aberturas de expedientes específicos, devendo ser levadas em consideração essas duas características da organização criminosa: sua verticalização e sua horizontalização", argumentou o procurador-geral da República.
"Vislumbrou-se que os integrantes do chamado 'PMDB da Câmara dos Deputados', arrolados nestes autos, atuavam diretamente na indicação política de pessoas para postos importantes da Petrobras e da Caixa Econômica Federal. Além disso, eram responsáveis pela 'venda' de requerimentos e emendas parlamentares para beneficiar, ao menos, empreiteiras e banqueiros".
Procurado, o deputado não foi localizado para falar sobre o assunto.