Nos primeiros seis meses deste ano, 725 pacientes foram atendidos no Hospital de Urgências de Sergipe (Huse) com diagnóstico de hipertensão arterial. Uma doença crônica, assintomática e silenciosa. A hipertensão arterial é uma epidemia e tem o componente genético associado, junto com o estilo de vida que é adotado.
“Moro no interior e não tenho costume de ir ao médico. Como de tudo, por isso minha pressão está alta e a diabetes também. Não tenho informação de ninguém sobre o que é saudável ou não, mas o médico daqui do Huse me explicou o que tenho que fazer e vou ter que seguir se quiser ter saúde”, declarou o lavrador José Gois, que sofre com a hipertensão há dez anos. Ele está com a diabetes descontrolada e precisou ficar internado para exames e medicação adequada para o tratamento.
Dieta desregrada, rica em sal, gordura e falta de exercício físico, levam a hipertensão arterial em 95% dos casos. Causando graves consequências ao coração, cérebro, rins e vasos sanguíneos. Por isso, o cardiologista do Huse, Renato Mesquita, faz um alerta as pessoas sobre a importância de prevenir e tratar adequadamente a doença. “O diagnóstico é fácil, basta aferir a pressão, um trabalho que qualquer profissional de saúde está apto a fazer, o diagnóstico é de segmento, não tem nenhum tipo de exame que precisa ser feito, é apenas a história clínica, só é medir a pressão, ver o fator de risco e iniciar o tratamento. As pessoas ligam o tratamento da hipertensão à medicação. Ela é o componente de menor impacto na hipertensão arterial. É provado que o paciente que toma o remédio e não faz uma mudança no estilo de vida, não tem o impacto clínico que a gente espera”, explicou.
A hipertensão arterial também é um fator de risco para outras doenças graves, relacionado a mortalidade dos pacientes que chegam ao hospital, como Acidente Vascular Cerebral (AVC), doença vascular crônica, infarto agudo do miocárdio, doença obstrutiva periférica e retinoplastia.
Quando o entupimento de um vaso acontece no coração, causa a angina que pode ocasionar um infarto. No cérebro, o entupimento ou rompimento de um vaso, leva ao ‘derrame cerebral’ ou AVC. Nos rins podem ocorrer alterações na filtração até a paralisação dos órgãos. Todas essas situações são muito graves e podem ser evitadas.
Existe a hipertensão arterial como sintoma de doença que é muito mais raro e é encontrado em pacientes mais idosos e que começam com hipertensão muito grave e rápida, além de pacientes muito mais jovens e que fogem da faixa etária comum do paciente hipertenso. Em torno dos 40 ou 45 anos, a preocupação aumenta do ponto de vista epidemiológico.
Prevenção
As formas de prevenção da hipertensão arterial estão ligadas à prática de atividade física, redução do consumo de sal e álcool, assim como, evitar alimentos gordurosos, controlar o estresse, não fumar e alimentação saudável. Para quem é hipertenso, a pressão deve ser aferida regularmente. Já quem não é hipertenso deve fazer a aferição pelo menos duas vezes ao ano, além de seguir a orientação médica.
Fonte: Ascom SES