ARACAJU/SE, 24 de abril de 2024 , 16:22:12

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A quarta onda e o Brasil

Observar o que está acontecendo ao redor do mundo nestes tempos pandêmicos é essencial para que não cometamos os mesmos erros e possamos imitar os acertos.

Olhando a Europa como um espelho desde o início da pandemia, podemos ver refletida a realidade que nos espera se não cuidarmos de forma adequada na atual fase da crise sanitária que estamos vivendo.

Hoje já acontece na Europa o que seria uma quarta onda da pandemia do coronavírus, e exatamente nos países onde as pessoas estimuladas por um negacionismo científico sem precedentes, ou tanto quanto parecido com o negacionismo medieval, deixaram de tomar a vacina e relegaram a um plano ideológico os cuidados com o distanciamento e o uso de máscaras.

O fato é que tem aumentado de forma grave as internações e os óbitos entre aqueles que se negaram a tomar a vacina, ou não retornaram para tomar a segunda dose ou a de reforço, e se descuidaram dos cuidados não farmacológicos como o uso de máscaras e o distanciamento.

E por que devemos nos preocupar?

Sim, devemos nos preocupar em razão da proximidade das festas de fim de ano e do carnaval no Brasil, somado a um crescente movimento nas redes sociais de grupos antivacinas e que continuam produzindo notícias falsas, informações sem valor científico, opiniões tão somente ideológicas, fantasiosas e malucas, tudo isso para explicar o que não pode ser explicado a não ser cientificamente.

A saúde da população é o ativo mais importante em todos os sentidos. Na economia, um povo saudável trabalha, produz e consome. Na educação, sem professores e alunos saudáveis não há esperança no futuro. Na democracia, não há liberdade onde a doença e a morte são os destinos de uma população doente.

Dessa forma, podemos perceber que não há salvação sem os cuidados de cada um de nós, pois não haverá condições sanitárias no mundo sem o respeito à saúde de todos. Enquanto alguns defendem a sua liberdade de ficar doente, esquecem o dever de cuidar para que os outros não fiquem doentes.

O princípio constitucional da solidariedade é o guia para todos os direitos fundamentais, em especial os direitos à vida, à saúde, ao bem-estar de todos, onde a liberdade individual deve estar vinculada a este princípio maior e mais contemporâneo.

As festas de fim de ano e o carnaval no Brasil, como no início da pandemia, poderão ser o marco de uma nova onda, a quarta. Somente a vacinação de todos e a continuidade de cuidados básicos e já bastante conhecidos da sociedade, poderão nos livrar ou amenizar os efeitos perversos e dolorosos de mais mortes e mais internações.