ARACAJU/SE, 20 de abril de 2024 , 13:03:39

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A saúde dos sergipanos (1ª Parte)

Irei abordar adiante alguns dados revelados pela pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, denominado de Pesquisa Nacional de Saúde (PNS – 2019), sendo uma forma de disseminar mais ainda, a importante contribuição que o IBGE apresenta para a sociedade. Compreender os dados e informações, além de opinar o que é apresentado faz parte do papel dos economistas, até porque existe uma linha da economia denominada de Economia da Saúde. Irei dividir a minha análise em duas partes, em face das ricas e variadas informações relevantes que temos a partir da pesquisa do IBGE.

A Economia da Saúde é um ramo da economia aplicado ao estudo da organização, funcionamento e financiamento do setor de saúde e, visa aperfeiçoar ações de saúde a partir da avaliação das condições de distribuição dos recursos disponíveis.

De acordo com a pesquisa do IBGE em Sergipe, 56,6% das pessoas a partir dos 18 anos (os adultos) possuem uma autoavaliação de saúde boa a muito boa, como é uma autoavaliação, a pesquisa revela que o percentual é maior para os homens (61,9%), em relação às mulheres (51,9%). Mas esta autoavaliação pode não revelar a real situação de saúde de cada pessoa, pois é a forma como cada um sente-se em relação à sua saúde.

Nesta autoavaliação, do ponto de vista geográfico, a capital, Aracaju, possui um percentual acima da média do estado e chega a 66,4%. Além disso, ao segregarmos por faixa etária, a população que está no grupo de 18 a 29 anos, tem um percentual de autoavaliação positiva da saúde, bem melhor (74,8%). Já no grupo de idade mais madura, de 60 a 64 anos, a afirmação de autoavaliação de saúde positiva fica em 36,7%, e isto também muda de acordo com a renda; um exemplo é a população de rendimento de até 25% de um salário mínimo, nesta faixa, a percepção de saúde boa é de 51,7%; já para as pessoas com renda de 3 a 5 salários mínimos, o percentual fica em 83,8%. Ao segregar por grau de formação, vê-se que as pessoas que possuem curso superior de autodeclaram saudáveis em um percentual de 77,6%; diferente do percentual de 45,9% para as pessoas que são sem instrução ou com o ensino fundamental incompleto.

Entre as doenças, comentarei inicialmente sobre a hipertensão arterial que é o aumento anormal e, por longo período, da pressão que o sangue faz ao circular pelas artérias do corpo. Esta doença também é chamada de pressão alta.

A questão da hipertensão arterial com diagnóstico médico para os adultos é maior nas mulheres (26,0%), enquanto para os homens o percentual é de 18,6%, a média do estado é de 22,5% e em Aracaju o percentual é maior e chega a 23,6%. A escolaridade também apresenta diferenciação na afetação, pois 13% das pessoas com escolaridade de ensino médio completo ou ensino superior incompleto tem hipertensão arterial, enquanto que nas pessoas sem escolaridade, o percentual é de 31,7%. Esta doença tem um peso menor nos jovens (faixa de 18 a 29 anos), o percentual é de 3,3%, nos mais idosos (75 anos ou mais), o percentual e de 65,4%. Esta é uma doença preocupante e dos tempos modernos, que infelizmente tem causado muitas mortes, portanto ter os devidos cuidados e tomar as medicações corretamente é fundamental, neste quesito, segundo a pesquisa do IBGE, 83,4% das pessoas com hipertensão afirmam ter tomados todos os remédios de controle da doença, mas um dado curioso, mesmo estando em um Estado relativamente tranquilo e de violência controlada, Sergipe tem o maior percentual de pessoas com hipertensão de grau intenso ou muito intenso de limitações de sua atividade, considerando-se a Região Nordeste, significa que precisamos cuidar mais preventivamente deste assunto.

A literatura aborda que a depressão é uma doença psiquiátrica crônica que tem sintomas como tristeza profunda, perda de interesse, ausência de ânimo e oscilações de humor. É preciso ficar muito atento, pois às vezes ela é confundida com ansiedade. Diagnosticar previamente a doença é fundamental, para que se possa iniciar o tratamento e acompanhamento médico.

A depressão que vem crescendo nos últimos tempos, afeta 8,5% da população, sendo maior nas mulheres (12,5%) em relação aos  homens (4,0%). Na capital o percentual é maior que a média do estado e chega a 12,3%, e segundo o IBGE, Sergipe e Rio Grande do Norte são os estados nordestinos que apresentam os maiores percentuais da população com depressão por diagnóstico de um especialista em saúde mental. A pesquisa revela ainda que a depressão atinge mais fortemente as pessoas desocupadas do que as pessoas ocupadas. Além disso, a depressão vai aumentando com a idade, os maiores percentuais começam a partir dos 30 anos de idade. Um fato preocupante é o de que 17,4% das pessoas com depressão têm limitações graves na realização de suas atividades por conta da doença.

Em Sergipe, 19% das pessoas com diagnóstico de depressão fazem psicoterapia, sendo que em Aracaju, o percentual é maior, 21,8%. Nesta doença fica evidenciado que os jovens são mais abertos para o tratamento, pois na população de 18 a 29 anos, 36,2% realizam psicoterapia.

Adiante falarei da diabetes que é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz, destacando que a insulina é um hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue.

Em Sergipe 6,8%da população adulta tem diabetes em Sergipe, sendo uma maior proporção entre as mulheres (7,7%) do que nos homens (5,8%). A preocupação é que somente 23,8% das pessoas com diabetes fizeram exame de vista há menos de 1 ano e 21,4% tiveram os pés examinados há menos de 1 ano e isto é muito necessário, como ações de prevenção nos cuidados dessa doença.

Esta primeira parte abordei alguns dados de algumas doenças que afetam a saúde dos sergipanos, na perspectiva de que conheçamos a nossa realidade local. No próximo artigo informarei mais dados sobre a saúde dos sergipanos e também a nossa evolução de longevidade.