Dia desses eu estava vendo uns vídeos, dentre os milhares que chegam nos zilhares de grupos de triquilhões de amigos whatsappianos, onde somos inseridos de forma democrática por livre e espontânea pressão. Uma realidade bastante objetiva: quem tenta escapar do grupo é inserido em mais dez. Sacanagem! É a vingança dos que foram ‘largados ao léu’.
Mas, deixando para trás (traz com Z é verbo, viu!?) os grupos e as vinganças, voltando ao fulcro textual, deparei-me com um vídeo interessante, mostrando um senhor que aperta uma garrafa de café pensando ser um invólucro de álcool em gel. O susto causado pela alta temperatura produz boas gargalhadas. O inusitado cômico faz bem. Só não foi bom pra quem se queimou. Aliás, nunca há graça para quem passa pelo fato cômico como protagonista.
Enfim, o que me chamou a atenção foi o fato da ‘vítima do café’ estar na paranoia social causada pela pandemia chinesa. O álcool 70º (líquido ou gel) virou artigo de luxo, de sobrevivência. Vale mais do que ouro puro de Ofir (exagerei não, né?). É que essa situação pandemoníaca toda criou grilos, gafanhotos, zumbidos, ruídos…eitaaaa! Tá todo mundo pirado…kkkkk…É um verdadeiro elogio à loucura, ao pânico, ao lúgubre, ao insano…Meu Deus!!!
Até o cara do acarajé, o baiano do Vixi Mainha, Val vendedor de galetos, pirou. Fidapé! Cansado de estar à beira das brasas, assando coxas e sobrecoxas de penosas, o bom baiano, casado com Gal (Val e Gal, soa poético!), comprou um copinho de açaí, bem gelado e carregado de acompanhamentos. Na hora de degustar, o nosso herói nem tirou a máscara, manchando-a do creme adocicado do Norte. Foi muita pagação, véi! Mais uma vítima do coronavírus (tudo agora é culpa dele mesmo!).
Não tem jeito! Ficamos à mercê do medo, dos devaneios, dos temores e dores que aos céus já não se foram (lembrando a ‘Canção da Torre mais alta’, de Rimbaud). Estou neste exato instante com as mãos na cabeça, desesperado, sentindo-me assaltado por um ser invisível, que se apoderou das nossas vidas. Que peste é isso, chinesa!?
-Peraê, como posso estar om as mãos na cabeça, se estou escrevendo esta crônica? Oxee, e tô doido, é? Vou ver os grupos!