ARACAJU/SE, 19 de abril de 2024 , 9:56:00

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Agora ou nunca

A Associação Médica Brasileira e outras oitenta entidades médicas do Brasil demoraram bastante, mas saíram em defesa da ciência e contra o obscurantismo e a ignorância que mata tanto quanto qualquer doença, inclusive a COVID-19.

Essa coluna, sem nenhuma pretensão de ser palmatória do mundo, vem alertando sobre as consequências da pandemia com base na análise racional do que vem acontecendo em todo o planeta. Também tem analisado o comportamento negacionista de autoridades que deveriam estar tomando as providências para a solução e que, infelizmente, optaram pela omissão e pelo desrespeito a ciência.

Esta semana já ultrapassamos a barreira das três mil mortes diárias e 125 brasileiros morreram a cada hora. Os hospitais não têm mais como receber pacientes em suas UTI’s, e filas estão se formando e ocasionando mortes nos corredores da espera.

O quadro se agrava quando os medicamentos necessários para a intubação nos hospitais públicos estão acabando e não foram repostos porque o governo federal, de maneira irresponsável e inconsequente, cancelou ainda no mês de agosto de 2020, sem qualquer explicação, fato que está sendo objeto de investigação pelo Ministério Público Federal.

Foi preciso que chegássemos aos 300 mil mortos para que o governo federal assuma, pela primeira vez, o papel de condução dos esforços para dar aos estados, municípios e ao Distrito Federal, condições para melhor enfrentar essa crise sanitária sem precedentes no país.

O reconhecimento científico de que não há tratamento precoce e nem existem remédios milagrosos para a COVID-19, de que a mentira e as fakes news são um desserviço a saúde pública, a vida humana e ao futuro de todos.

O Brasil não merece que o obscurantismo, a ignorância e o extremismo ideológico aumentem a dor das famílias que perderam seus entes queridos e daqueles que estão sofrendo a angústia da espera um leito de UTI, de oxigênio e até de um simples leito de enfermaria.

O estado brasileiro além de cuidar da saúde tem o dever de proteger os mais pobres, os desempregados, os pequenos empreendedores, as micro e pequenas empresas. Esta é a hora de usar de forma correta os impostos escorchantes que a sociedade brasileira paga e não tem retorno algum.

Não há falta de recursos. A falta é de vontade política, é de insensibilidade com a vida. O discurso mentiroso de que o isolamento vai causar fome e desespero não engana a ninguém. O estado brasileiro tem que adotar as medidas como outros países fizeram. Se o preço a pagar será alto e que as futuras gerações terão que arcar, isto também faz parte da situação que vivemos.

O povo brasileiro não quer ir trabalhar e morrer de COVID. Essa narrativa é mentirosa e não engana mais ninguém.

O povo brasileiro está farto de incompetência, indecisão e de falta de respeito a vida.