A Black Friday é aquele momento no ano em que o varejo vai à loucura e os consumidores ficam em alerta atrás de promoções. Nos Estados Unidos, essa tradição nasceu lá nos anos 60, sempre na sexta-feira depois do feriado de Ação de Graças. Desde então, a Black Friday virou quase um feriado do consumismo e, claro, o Brasil não ficou de fora dessa festa. A primera versão brasileira rolou em 2010, totalmente online e com a participação de 50 lojas.
Mas como nem tudo são flores, a Black Friday daqui logo ganhou o apelido de “Black Fraude”. O motivo? Algumas lojas resolveram brincar com os preços – aumentavam antes da data e baixavam depois, para fingir um superdesconto. Isso deixou o consumidor esperto e desconfiado. Hoje, muita gente ainda torce o nariz para a Black Friday, mas o comércio tentou se reinventar: algumas lojas já chamam o mês inteiro de “Black November” e oferecem promoções ao longo de novembro.
A data é ótima para esvaziar os estoques e preparar o terreno para o Natal. Mas cuidado: essa correria por preços baixos pode acabar esvaziando o valor da sua marca também. Ninguém quer ser visto como “aquela marca barata”, nem ser acusado de fraude ou, pior, de virar mais uma da multidão com ações banais. Então, aqui vão três toques para manter a relevância da sua marca sem queimar o filme na Black Friday:
- Seja Premium (mesmo dando desconto): A não ser que o seu posicionamento seja o do “preço baixo”, cuidado para que a promoção não derrube a percepção de qualidade. Se for dar desconto, faça isso de forma estratégica, valorizando o que você oferece.
- Black Fraude não, obrigado: Subir preço antes da data para “maquiar” desconto é um baita tiro no pé. Transparência é tudo. Consumidores querem desconto de verdade e são espertos, uma coisa assim pode custar a sua reputação.
- Promoção não pode virar arroz de festa: Quem nunca, né? Promoção todo mês cansa o público e faz a Black Friday perder a graça. Use a data como algo especial, uma oportunidade para criar uma experiência única para seus consumidores.
E vou trazer aqui algumas marcas que souberam usar a Black Friday como ninguém, com criatividade e reforçando seu posicionamento. Dá uma olhada nesses cases que foram além do desconto e usaram a data para se destacar:
- IKEA – “Buy Back Friday”: Ao invés de vender mais, a IKEA , que tem como propósito criar um mundo melhor para as pessoas e um impacto positivo para o mundo, sugeriu que os clientes devolvessem móveis antigos de volta para a loja para serem revendidos, promovendo a reutilização. Resultado? Uma ação de *Black Friday* que fortaleceu o compromisso da marca com a sustentabilidade.
- Patagônia – “Don’t Buy This Jacket” (Não compre essa Jaqueta): Numa campanha genial, a marca pautada pela sustentabilidade pediu que os clientes pensassem duas vezes antes de comprar um casaco novo. A ação mostrou que a Patagônia prioriza o meio ambiente e não o consumo desenfreado. Foi um posicionamento forte e totalmente alinhado ao propósito da marca.
- Ricardo Eletro – Vamos facilitar a pronúncia?: Com um toque de humor, a Ricardo Eletro aproveitou a dificuldade do brasileiro e do próprio Ricardo (CEO e fundador) em pronunciar Black Friday e lançou uma campanha divertida, aproximando a marca do público. Funcionou tão bem que, inclusive, ajudou a popularizar a data no país.
- Magalu – “Caixas Surpresa”: Em 2017, o Magazine Luiza inovou com as “compras às cegas”. Os clientes compravam uma caixa fechada, sem saber o que vinha dentro, poderia ser uma cafeteira ou até uma TV 4K! Essa surpresa gerou burburinho e aumentou o engajamento, reforçando o lado criativo e inovador do Magalu.
Então, fica a dica: dá pra transformar a Black Friday em uma ação que reforça o propósito e o posicionamento da marca. Seja criativo, estratégico e não perca a chance de mostrar para o mercado que sua marca é muito mais do que uma etiqueta de desconto.