ARACAJU/SE, 23 de abril de 2024 , 5:22:29

logoajn1

Cirurgias eletivas e a pandemia

Um alerta importante para a saúde pública e também privada é sobre o represamento das cirurgias eletivas, e nem por isso urgentes, como as oncológicas, cardíacas, renais entre outros, nesses 19 meses de pandemia.

Podemos dizer que quase tudo parou com a pandemia da COVID-19 em todo o mundo, e o Brasil não foi diferente.

E em nosso país, cuja realidade social é específica, como se pode ver da gritante desigualdade econômica e social que exige do setor público uma resposta às elevadas demandas de saúde, especialmente quanto aos procedimentos cirúrgicos urgentes em razão de doença que necessitava da disponibilidade de UTI’s, e que pelo fato dos hospitais estarem abarrotados de casos de COVID, foram suspensos até agora.

O problema é mais grave na rede pública, onde faltam profissionais disponíveis para compor as equipes cirúrgicas e também da liberação de leitos de UTI’s e aquisição de medicamentos utilizados nos procedimentos.

A preocupação, de fato, é com a saúde dos que dependem dos serviços públicos e também dos planos de saúde.

O avanço da vacinação da população e a consequente redução da ocupação dos leitos hospitalares, inclusive de UTI’s, exige um planejamento para atender a demanda represada de cirurgias de modo que não venha a comprometer a saúde de milhares de pessoas doentes que estão na fila de espera desses procedimentos.

A pandemia da COVID é apenas um dos muitos problemas crônicos da saúde da população brasileira, a exemplo dos cuidados com o câncer de mama e de útero, os mais letais nas mulheres do Brasil, e que estão minimizados em razão da pandemia. Muitas mulheres deixaram de realizar os seus exames e os procedimentos. Neste outubro rosa, dedicado à campanha de esclarecimento e combate ao câncer de mama, esse alerta serve não somente as autoridades de saúde e responsáveis dos planos de saúde, mas também aos pacientes para que exijam os seus direitos como cidadão e como consumidor.

Os Estados a quem cabe os procedimentos de média e alta complexidade devem começar a planejar suas ações para vencerem a demanda reprimida, otimizando a utilização dos seus equipamentos hospitalares e equipes médicas.

A pandemia foi um ponto fora da curva dos serviços de saúde nesses quase dois anos, mas nem por isso podemos esquecer dos doentes de outras enfermidades que tem o direito de receber tratamento digno para garantir o direito à vida.