ARACAJU/SE, 19 de abril de 2024 , 19:26:41

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Comportamento Econômico das Famílias após a pandemia

Abordarei neste breve ensaio alguns pontos de mais uma pesquisa realizada pela Federação Brasileira dos Bancos (FEBRABAN) sobre o comportamento das famílias após a pandemia, destacando-se os quesitos de comportamento econômico.

Um ponto destacado na pesquisa da FEBRABAN foi que a pandemia favoreceu a união familiar, isto porque mudamos subitamente as rotinas e isto trouxe consequências importantes para as estruturas familiares.

O que a FEBRABAN destaca é que as pessoas de forma inesperada se viram obrigadas ao confinamento, cada pessoa se impôs um nível diferenciado de isolamento social e muitos estiveram trabalhando no modelo home office (trabalho em casa remoto).

Isto fez uma mudança nos nossos lares, pois eles se converteram em lugares múltiplos, fazendo as vezes de escritório, sala de aula, restaurante, cinema e academia, com as limitações conhecidas nos domicílios, especialmente para aqueles que vivem em extrema pobreza.

Os pais foram obrigados a dedicarem mais tempo aos filhos e à família após a fase de isolamento social e, segundo a pesquisa da FEBRABAN, fez com que as famílias passassem pelo teste de fogo do confinamento e muito possivelmente sairão fortalecidas, mas também ocorreram muitos problemas em alguns casos, pois nem sempre as pessoas mesmo casadas, conviviam tão intensamente como ocorreu neste período.

O que a pesquisa da FEBRABAN revela é que por mais que os homens assinalem que estão se responsabilizando mais pelo cuidado dos filhos, as mulheres ainda são ampla maioria no que tange às atividades domésticas.

Um fato marcante é a necessidade de adaptação de chefes de família sobre a vida após a pandemia, pois a forma como se trabalha, se estuda e o que deve ser comprado será diferente.

A pesquisa da FEBRABAN aponta que a atenção à saúde tende a ser uma prioridade na vida pós pandemia, parece paradoxal,  mas os brasileiros estão se preparando para o pior e esperando o melhor, isto porque mesmo com expectativa de dias difíceis à frente, os brasileiros acreditam que sua vida será igual ou melhor ao pré-pandemia.

Mas o meu ponto de abordagem aqui é que conforme a FEBRABAN, a pandemia marca uma busca pela retomada do equilíbrio financeiro.

De acordo com a FEBRABAN, melhorias na residência e investimentos são os destinos mais mencionados para o orçamento doméstico excedente, em função de economias geradas por gastos que deixaram de ser realizados.

Cabe ressaltar que depois de saúde, as principais preocupações no orçamento familiar estão direcionadas para questões financeiras (dívidas, orçamento e poupança), trabalho e renda, educação e lazer.

Um fato revelado na pesquisa da FEBRABAN e que nos deixa feliz é saber que as pessoas pensam em Investir mais tempo em ações de solidariedade com os mais carentes.

Detalhando mais as questões econômicas, a pesquisa da FEBRABAN apontou que as famílias efetuaram mais gastos com alimentação e menos com lazer, e isto porque o bolso da família brasileira tende a manter as prioridades do isolamento. Além disso, pelos dados levantados, a alimentação será priorizada nas despesas das famílias e na sequência serão as contas de serviços básicos, como energia, água e gás.

Pela pesquisa da FEBRABAN os mais pobres (aqueles que possuem renda média mensal de até 2 salários mínimos) e os desempregados são os que mais declaram aumento de gastos: 52% e 56%, respectivamente, indicando potencial reflexo da permanência das crianças em casa, sem acesso à merenda da escola. Já a redução dos gastos aconteceu em 18% dos lares pesquisados, e foi maior no topo da pirâmide social.

Segundo a FEBRABAN, no quesito de lazer, prevalece a intenção de ir mais ou igual a praias/parques (68%) e na sequência, shoppings (62%), cinemas (59%) e bares/restaurantes (58%). O impacto negativo da pandemia chega a um terço em relação a esses três últimos – respectivamente, 33%, 31% e 35% pretendem diminuir a frequência a esses locais.

A FEBRABAN revelou na pesquisa que 50% dos entrevistados afirmaram que pretendem mudar os produtos que compram, estamos indo para um novo mundo.

Do ponto de vista de deslocamento quem tiver condições irá priorizar veículos particulares em detrimento a transporte coletivo.

Agora que em Sergipe o isolamento diminuiu e as pessoas se apresentam mais felizes, mesmo com algumas restrições é importante que cada um cuide e reflita bem sobre o seu orçamento familiar, pois o novo mundo já chegou e os desafios de controlar os gastos permanecem, pois as restrições orçamentárias de rendas menores não desapareceram.