Dia desses me peguei (não se espante, às vezes tenho essa capacidade) na crise política que o mundo vive atualmente. Se bem que, parando para pensar direitinho, já vem rolando há um bom tempo. Vou resumir a gradação e partir pra ignorância. A crise de gestão pública que Sergipe vive, sobretudo, nas duas últimas décadas. Rapaz, o negócio periguetemente periclitante.
A reflexão, inclusive, levou-me a buscar na memória uma outra crônica que publiquei aqui no Correio de Sergipe, intitulada O NEGÃO É REFERÊNCIA, fazendo alusão clara à capacidade de gestão desenvolvimentista do ex-governador João Alves Filho. Inclusive, Sergipe só não colapsou graças às obras estruturante feitas pelo Negão.
Eis um trecho da dileta crônica:
“Rapaz, com tanta coisa bacana no nosso pequenino e rico estado, por que nunca houve uma “exploração profissional” do turismo com força, inteligência e capacidade técnica? Mô fio, eu comecei a lembrar de tudo que eu conheço aqui e que pode MUITO BEM se transformar usinas de produção de emprego e renda. Sergipe tem uma vocação natural para receber visitantes. Basta organização, profissionalismo e gente técnica para fazer o negócio andar.
Que eu me lembre, o que ainda existe e pode ser explorado tem ligação direta com o que João Alves Filho (enquanto governador ou prefeito de Aracaju) fez. O Negão teve uma visão técnica absurda, mas, INFELIZMENTE, não foi seguido por quem comandou depois. Pontes, estradas, estruturas, a Orla de Atalaia são exemplos dessa visionária forma de gestão pública.
Certa vez, tomando café da manhã numa padaria (frequentador assíduo e panificadoras e comedor de pão jacó quente e com manteiga derretida), conversei com algumas pessoas que usavam uniforme de uma determinada empresa de turismo. Fiz-lhes alguns questionamentos acerca do amadorismo que impera em nosso estado no trade turístico. Não souberam responder.
– Quantos pacotes de visitação aos berços das danças folclóricas sergipanas vocês vendem para conhecimento do turista?
– Quais as opções de roteiro envolvidas nos pacotes que incluem turismo cultural?
– Quais elementos autóctones vocês incluem para serem vendidos em pacotes turísticos?
– Qual o roteiro gastronômico é vendido para quem visita Sergipe?
Só ouvia a cantiga do grilo respondendo as minhas perguntas.”
Relendo isso, vejo que a situação continua a mesma. Uma necessidade absurda de retomada de crescimento, profissionalização da gestão pública e pessoas com o propósito de fazer Sergipe ser gigante, como deveria ser.
Mas, pelo visto, no momento, o lugar onde estamos é no c… da cobra. Conhece essa expressão?