Coloquei um hífen na palavra acima, a fim de chamar sua atenção para “cisão”. A palavra decisão deriva de “decidere”, no latim, que também quer dizer cortar. Talvez seja por isso que tomar uma decisão geralmente cause tanta dor, seja tão difícil, porque, na verdade, ao tomarmos decisões, quase sempre estamos cortando, rompendo com alguma coisa e, como não somos masoquistas, fazemos todo o possível para evitar o sofrimento. O estranho em tudo isso é que, em muitas vezes, o adiamento (que o fazemos para evitar dor) das decisões, na verdade poderá causar uma dor ainda maior.
Nestes últimos dias, por exemplo, estamos sendo conclamados a participar de forma direta das decisões do nosso país: deveremos escolher o governador do Estado e o presidente da República. Nesse chamamento, enfatizam que temos o poder da decisão através do voto, e isso é verdade. Porém, decisões são tomadas por nós todos os dias, e muitas delas fazem diferença em nossa vida. Pare pra pensar e veja se a maioria dos problemas que hoje você enfrenta não são consequências de decisões erradas que tomou no passado. Casamento que não deveria ter acontecido, mudança de emprego feita em hora imprópria, compra de algo em momento errado, uma conversa que não deveria ter rolado, e assim por diante.
Por que será que certas pessoas têm tanta dificuldade para tomar decisões? Interessante é que, mesmo sabendo o que deve ser feito, não havendo dúvidas sobre que caminho seguir, ainda assim elas não conseguem se decidir. Acho que essa questão está relacionada com a nossa base de vida, com nossos princípios, e ainda com o velho conflito interior entre a razão e a vontade. Aliás, o apóstolo Paulo, melhor que ninguém, falou sobre isso: “Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio. E, se faço o que não desejo, admito que a Lei é boa. Neste caso, não sou mais eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo.” (Romanos, capítulo 7, versos 15 ao 18). Ele está mencionando essa luta entre o que sabemos que é certo e, portanto, devemos fazer, versus o nosso desejo, mesmo sabendo que não é o caminho certo. Dependendo da base que temos na vida, certamente iremos conseguir tomar as decisões certas. Por isso, a importância de uma família, de uma igreja, ou seja, de uma formação de caráter.
Sabe! Eu gostaria que você, que está diante de um impasse na vida e, portanto, não sabe que caminho seguir, não sabe o que fazer, pensasse nessas coisas que vou lhe dizer: primeiro, se você tiver uma boa formação familiar ou religiosa, pode consultar o seu coração, que a resposta já está lá há muito tempo; segundo, busque ajuda, não julgue saber de tudo, você precisa de orientação; terceiro, peça a Deus que lhe dê coragem de fazer o que é certo, pois fazendo o que é certo, poderá sempre contar com Ele; do contrário, você estará sozinho.
Talvez seja esse o momento da maior prova de maturidade de cada ser humano: saber tomar as decisões certas, mesmo que isso lhe cause dor. Mas saiba que essa dor será momentânea, vai passar e você sairá fortalecido da situação, pois fez o que deveria fazer.
Um forte abraço e até a próxima se Deus disser que sim.
