ARACAJU/SE, 20 de abril de 2024 , 0:08:33

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Frio, fumaça e fogo

Começa o mês de junho e, especialmente, no nordeste, tem início a temporada de muita chuva, caem as temperaturas, e a população se prepara para os festejos juninos, a começar por Santo Antônio, São João e São Pedro.

Mas o mês de junho não é somente lembrado pelo forró e pelas comidas regionais à base de milho, está aberta também a temporada das viroses, e as últimas notícias dão conta que as urgências das clínicas e hospitais já estão lotadas, principalmente com crianças e idosos.

A baixa imunização da gripe nos últimos dois anos também está contribuindo para que as síndromes gripais sejam as responsáveis pelo aumento de doentes que buscam o atendimento médico. As farmácias já estão sentindo a falta de medicamentos antigripais básicos pela grande procura.

O frio, a fumaça das fogueiras que voltam a aquecer as noites de Santo Antônio, no dia 13, de São João, dia 24, e de São Pedro, dia 29, serão elementos agravantes das síndromes respiratórias que disputarão espaço nas urgências com o aumento dos casos de COVID, que, como se sabe, a pandemia ainda não acabou, e em São Paulo, o número de casos teve um aumento nos últimos de 15 dias de 300%, segundo os dados da Secretaria Estadual da Saúde.

Concorrendo com as viroses e a pandemia temos ainda a temporada dos queimados com fogueiras e fogos de artifícios que fazem parte da cultura dos festejos juninos e que sempre preocupa os gestores da saúde pública e privada em face do aumento considerável de acidentes com queimaduras graves e que impactam as urgências, os centros cirúrgicos e as UTI’s.

Os alertas sempre são veiculados na mídia, mas é importante que esse alerta seja associado as doenças típicas desse período e da realidade de que os casos de COVID estão aumentando e aumentarão pelas aglomerações naturais nos festejos juninos e da própria época em que as pessoas ficam mais em casa e em locais fechados por causa das chuvas e do tempo mais frio.

O direito à saúde implica que as pessoas também sejam responsáveis com relação a suas condutas, não se colocando em risco ou possibilitando que outras pessoas possam adoecer por falta de um comportamento preventivo e de respeito aos outros.

Prevenir as situações que possam levar ao adoecimento e aumentar o risco de óbitos evitáveis é dever de todos nós. Por outro lado, cabe ao Estado, aqui me referindo a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, realizar campanhas informativas estimulando os cuidados e a prevenção, evitando dessa maneira que haja o colapso do sistema público de saúde, já bastante sucateado.