Dia desses estava, num raro momento de parar para ver filmes (sempre estive na controvérsia da pandemia em buscar me afogar em filmes e séries para passar o tempo. Melhor vivê-lo que vê-lo passar), procurando algo de, minimamente, útil para assistir. Foi quando me deparei com uma despretensiosa película, guarnecida num ambiente gauchesco de Porto Alegre. Peguei desde o começo: “Em 97 era assim”, eis o nome do meu escolhido para minha sede cinéfila momentânea.
Claro que não vou aqui escrever uma resenha (resumo crítico, viu?!), vou apenas fazer uma resenha (brincadeira em bom sergipanês) com o surpreendente filme a que assisti. Sim, surpreendeu-me a história de 4 adolescentes gaúchos que tentavam de tudo para perder suas virgindades. O ano era, evidente, 1997. Logo de cara, gostei dos cenários, que se remetiam ao ano do título. Foi bom ver que nosso cinema tem qualidade sim em todos os aspectos: roteiro, indumentárias, cenários, artistas de nível alto.
A história me prendeu porque me fez lembrar também da minha época de adolescente, nas aventuras em que eu e meus amigos à época nos metíamos, simplesmente pra ver uma menina ou tentar arrumar alguma namorada. As épocas mudam, mas somos os mesmos.
Também me chamaram a atenção os contextos vivenciados pelos 4 heróis. As desventuras deles configuravam um diagrama que é o mesmo para os adolescentes de outras eras, os quais sempre estavam com os hormônios aflorados e que sempre tentavam de tudo para “a primeira vez acontecer”.
Quando se olha para o cenário atual, o que se vê: crianças erotizadas, adolescentes adultescidos, adultos infantilizados. Tudo se inverteu. Parece que acabou o encanto do enamoramento, da paquera. A corte não existe (só a da Inglaterra. Trocadilhoooooo), não faz mais efeito. A doçura às vezes amarga da conquista se diluiu numa sociedade de sentimentos fluidos. Durante o filme bateu nostalgia, diversão e reflexão.
Veja, não vim contar o filme, nem dar spoiler (é assim que se escreve?). Só quis desabafar. O que está acontecendo com essa galerinha? Tá tudo muito louco! Não perceberam? Em 97, realmente, não era assim!
Ps: vale a pena assistir!