Dia desses, buscando algo diferente no mudo televisivo da informação (mesmo diante da propagação de tanta coisa falsa na chamada mídia oficial), eu me peguei assistindo a vários canais de esporte (já não aguentava mais a volta da pandemia pós-eleição. Parece que o vírus tinha dado um tempo, feito uma parada técnica em respeito ao pleito eleitoral), e todos, de forma uníssona, exaltavam a figura emblemática de Diego Armando Maradona, que morreu em novembro.
De uma hora pra outra, o Dom Diego virou herói mundial. Um “dios” do futebol, o imbatível, o gênio maior, o indebocúvel (nem sei o que é…)… eu fiquei de saco cheio de tanta adjetivação e comecei a refletir nessa rasgação de seda inveterada, desmedida e ideológica. Só pode ser ideológica.
A puxação de saco do morto Maradona não tinha viés esportivo. Não mesmo tudo bem que o cara jogava muito bem (isso é indiscutível), tinha sua elegância, domínio de bola, genialidade…beleza, tranquilex. Mas daí a colocá-lo num patamar acima do bem e do mal? Ah, vá tomar banho de soda cáustica!
Quase vomito quando vi as repetições de que o pequeno cabeludo ganhou sozinho a copa de 86, no México. Isso é uma tremenda de uma sacanagem com os outros jogadores. É só assistir à partida final entre Argentina e Alemanha. Maradona deu um único passe pra gol (é pouco pra tanto endeusamento). Valdano, Brown e Burruchaga “comeram” a bola (o jogo está disponível no Youtube. Assista!), massssss….nem aparecem na fita do cinema nem no álbum de figurinhas. Ah vá!
Chamam de gênio um cara que fez gol de mão (contra a Inglaterra, na mesma copa) e, quando perguntado sobre a irregularidade, disse que foi a “mão de Deus”. Isso é falcatrua, caceta. Não há nada de belo nisso. Podem me xingar, me cancelar, contudo não vou bater palmas efusivas pra isso. NÃO MESMO! Pra mim, Romário foi muito melhor que ele. Nem vou citar Garrincha, Didi, Jairzinho, Ronaldo, Ronaldinho, Neymar, Zico… é covardia!
Dentre os cúmulos dos absurdos alardeados sobre o argentino (foram vários), destaco dois: um comentarista ‘meia-boca’ de um canal de TV a cabo desferiu a seguinte sandice:
– Maradona é melhor que Messi porque o atual camisa 10 do Barcelona é muito tímido, não faz marketing pessoal.
Isso me deu um ódio, daqueles que parece tinta óleo quando agarra na mão e não sai nem com querosene! O que se avalia é a capacidade técnica ou a lábia midiática? Não tolero. Pronto!
A outra bobagem (saiu na mesma emissora):
– Maradona foi melhor que Pelé!
Concordo. Muito melhor no que diz respeito a produzir uma série de fatos turbulentos, tais como: envolvimento com drogas, doping, apoio a ditaduras assassinas, problemas de ordem profissional…
Pra atenuar mais a raiva, fui assisti ao jogo entre Brasil e Argentina, na copa de 82, quando a seleção brasileira meteu 3×1. Zico ainda deu chapéu no Dieguito, que deu uma voadora em Batista e foi expulso (grande exemplo de homem).
Vou dizer de novo: fiquei irritado, bastante. Nunca mais voltei a assistir programas esportivos. Maldita a hora que larguei o livro que estava lendo pra ver canal de esportes.
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