ARACAJU/SE, 20 de abril de 2024 , 2:51:26

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O exercício das pequenas coisas

Dia desses me peguei lembrando de umas certas canções, as quais fazia muito tempo que não as escutava. Isso me lembra algumas particularidades minhas. Eu tenho um sério defeito (dentre os milhões que acometem a minha dileta personalidade. Mas quem não os tem, né?), que é escutar uma música (quando dela gosto) dezenas de vezes seguidas. Parece que a canção ouvida precisa fazer parte da minha alma, ainda que seja por osmose. Aí já viu, quem está perto sofre…rsrsrsr…

Algumas dessas canções fazem parte da discografia da banda Ludov (já ouviu falar?). Por ser apaixonado por rock nacional (aliás, música brasileira me completa. Sou apaixonado mesmo. Pronto, falei!), descobri muita coisa boa (pelo menos pra mim). Desde os Replicantes e Os Eles (duas das muitas bandas excelentes do Rio Grande do Sul), até o Distrito Federal (Brasília); dos Picassos Falsos e Hojerizah (Rio de Janeiro), à Treblinka e Brincando de Deus (Bahia). Sou fã, velho!

Mas voltando ao Ludov (sugiro ouvirem a canção ‘Dois a rodar’), a banda paulistana, assim como a poderosa Ira!, gravou um álbum denominado ‘O exercício das pequenas coisas’ (vale muito a pena conhecer e se encantar com a voz de Vanessa Krongold). Além de ser um grande trabalho que envolve magistralmente música e poesia, o título por si só já vale reflexão pro resto da vida.

Depois dessa lembrança nostálgica e sublime, parei pra pensar no quanto deixamos de valorizar pequenos gestos no dia a dia. Reclamamos de tudo, muitas vezes, por motivos tão fúteis, e esquecemos de agradecer pelas ‘coisinhas’ boas que acontecem com a gente. Mas não temos a suficiente capacidade de enxergar que é aos poucos que somos felizes. A felicidade não é um estado constante. Quem vende isso mente, mente, mente, constante mente feio (precisava de um trocadilho).

Exercitar a gratidão e enxergar o bem, o amor, a graça, a paz, a alegria, a bondade, o afeto, o brilho, o sonho, o necessário…em tudo que nos cerca pode tornar melhor o nosso dia, as nossas horas, os nossos instantes. Afinal de contas, somos isto: instantes! Somos um sopro, nada mais. Uma brisa leve, um estalo de energia em forma de corpo, alma e espírito.

Então, se puder refletir, por mais que o inalcançável por esse momento de felicidade desejada seja o pódio a ser almejado, não deixe argueiros, poeira ou idiossincrasias torpes transformar a simplicidade do que é lindo em algo sem valor. Isso você é capaz de fazer. Assim, entenderá como é importante compreender o exercício das pequenas coisas.

Vá lá ouvir Ludov!

“Dorme em paz, já é madrugada
Não dê ouvidos aos ruídos, a essa falta de ar
Meu amor, não pense mais em nada
Feche os olhos e as janelas
Deixe o sono te levar
Pelo escuro …”

(Dorme em paz – Ludov)