ARACAJU/SE, 20 de abril de 2024 , 4:36:44

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O que a falta de dados pode fazer à saúde

Hoje quem não tem dados, não tem como planejar. O tempo de metadados facilita que, no planejamento de políticas públicas, especialmente na saúde, não desperdicemos tempo e dinheiro.

O Brasil tem experiência reconhecida internacionalmente do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no recolhimento de dados sobre o país, desde o censo demográfico, a pesquisas especificas sobre a saúde, trabalho, educação, entre outras.

No entanto, a última pesquisa sobre saúde no país data de 2013, ou seja, quase duas décadas. Essa é a defasagem de uma pesquisa que aponte com dados confiáveis sobre a saúde do brasileiro e o sistema público de saúde.

Incompreensível que o ministério da saúde em plena pandemia da COVID-19 deixou de recolher dados dos municípios e estados brasileiros de forma consistente e confiável para modificar a base de dados, buscando esconder o aumento de casos de infecção e de óbitos no auge da crise sanitária, dificultando a divulgação, levando a sociedade a ignorância sobre a real situação do país.

O mal passo da pasta da saúde obrigou a que vários órgãos da imprensa se reunissem em um consórcio para divulgar a consolidação dos dados enviados pelas secretarias de estado da saúde, numa evidência de que o governo federal de maneira deliberada e consciente omitiu da sociedade brasileira dados essenciais para o planejamento não só do setor público como da iniciativa privada em meio a uma pandemia sem precedentes.

O desmonte da estrutura do IBGE e a ofensiva contra as pesquisas nas universidades contribuem para o que nosso país, outrora respeitado como país em desenvolvimento, seja rebaixado a país subdesenvolvido e que será ultrapassado por países de economia bem inferior à nossa.

Perdemos muitos pesquisadores ao longo desses três anos por falta de recursos e pela ideologização política. Estamos perdendo o rumo e o prumo do navio por falta de timoneiro responsável e preocupado com o futuro.

Por esses motivos o sistema único de saúde vive seu pior momento com a falta de insumos e de melhores condições de trabalho para os seus servidores, causando à população brasileira um dano irreparável à saúde, e ao país o preço amargo de uma sociedade doente.

A falta de dados confiáveis e a manipulação dos dados disponíveis fazem tão mal à saúde do brasileiro quanto a pandemia. O uso político eleitoral da estrutura da saúde é além de crime contra a administração pública, um crime de lesa pátria, pois atinge a todos, indistintamente.

O impacto dessa incompetência ou de conduta criminosa sobre as políticas públicas de saúde são muito grandes e afeta, principalmente, os mais pobres que são a maioria do povo brasileiro.