ARACAJU/SE, 25 de abril de 2024 , 15:52:09

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Olhou, com amor, para a Sua serva

Na semana passada, refletíamos como algumas passagens do Antigo Testamento apontam para o olhar de predileção que Deus tem para com a Virgem Maria, preparando-a naquelas que foram suas figuras e nas profecias relativas à sua maternidade divina.  Já com ela, no Novo Testamento portanto, temos como Deus estava apaixonado pela Sua mais perfeita criatura,  escolhendo-a para Sua Mãe dentre todas as mulheres de todos os tempos e lugares.

O amor profundo de Deus por Maria é expressado pela saudação que Ele, pela voz do Arcanjo Gabriel, faz àquela que escolheu: “Ave, cheia de graça! O Senhor é contigo” (Lc 1,28); querendo dizer: “Aquele a quem, desde sempre, encheste os olhos, enche, inteiramente, o teu coração, tua vida, e, agora, o teu ventre”. A esta mensagem e sujeição de Deus, Maria fica perturbada, nada entendendo (cf. Lc 1,29). Mas, a sua resposta é a do abandono, a da correspondência Àquele que sempre a amou. Por isso responde: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38).

Isabel, ao receber a visita de Maria, brada a beleza daquela a quem acolhe, sabendo de onde lhe vinha toda a formosura: “Bendita és tu entre as mulheres. E bendito é o Fruto do teu ventre. Como posso merecer que a Mãe do meu Senhor me venha visitar” (Lc 1,42-43). Como se quisesse dizer: “Sei que tudo o que és, Maria, vem de Deus. Não sou digna de contemplar a tua fulgurante beleza, que é de Deus”. Ao que a Virgem Bela, diante daquela anciã, cujo primor havia sido consumido pela idade, confessa em seu Magnificat: “[O Senhor] olhou para a humildade de sua serva, desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita. O Onipotente fez em mim maravilhas. Santo é o Seu Nome” (Lc 1,48-49).

Mas, a beleza de Maria, que sempre encheu os olhos de Deus, também foi notada quando da Cruz. Estava ela de pé, informa-nos o evangelista São João (cf. Jo 19,25). E isto fez com que o seu Filho e Deus, no-la legasse a nós como Mãe (cf. Jo 19,26-27) para sermos belos, como bela ela é, principalmente pelas virtudes e pela disposição firme de fazer a vontade do Senhor.

Quando das suas imensas alegrias, com a ressurreição de Cristo, o semblante da Virgem tornou-se fulgurante com o esplendor do Ressuscitado, por isso ela se robustece para sustentar, espiritualmente, os apóstolos da Igreja nascente (cf. At 1,14). Assim, a Senhora do Cenáculo presidiu Pentecostes (cf. At 2,1-11) com o valor da sua fé, que, observada por Deus, deu-lhe o mérito de derramar-Se mais uma vez sobre ela.

A beleza esplendorosa de Maria é penhor da glória da Igreja peregrina e perseguida pelo ódio do mundo. Na Virgem-Mãe do Apocalipse (cf.Ap 12,1.5.13a.15-16a) temos o porvir da “Senhora Católica”. Seremos o que Maria já é: coroados com a eternidade do Reino de Deus. Para tanto, no exílio em que estamos, permitamo-nos ser coroados pelas virtudes do Alto.

Que, parecidos com a Virgem Maria, enchamos do brilho da alegria os olhos de Deus, que nos criou para a beleza do Céu, e nos agraciou com a integridade batismal. Que nos esforcemos em não arruinar a nossa alma pelos pecados, que a desvirtuam, deixando-a suja e feia. Que a Virgem formosa nos ajude com o seu exemplo e a sua proteção.