Dia desses eu estava pensando no que é preciso para que a Gente Sergipana deixe de lado o seu natural acabrunhamento e passe, como a ligeireza do siri na lata, a buscar a valorização dos seus costumes, das suas tradições, da sua cultura, em suma: da sua vivência e de seu modo de ser e estar no mundo.
Mô fio, a gente tem linguagem característica própria do nosso gigante pequeno; tem culinária que faz a cozinha mediterrânea se dobrar e pedir mais um prato; histórias, lendas e produtores de arte que não perdem em nada pra nenhum Tartaruga Ninja; tem uma natureza exuberante que enche os olhos e a alma; tem uma terra fértil e pronta pro deleite da semente; tem capacidade de fazer e ser o que quiser… Vou parar por aqui senão (tudo junto) o texto não caberá na folha do jornal.
A gente tem também uma data para celebrar um dia de valorização disso tudo. O 24 de outubro traz à tona a discussão sobre a VALORIZAÇÃO da nossa SERGIPANIDADE. Como é que o País do Forró não explora suas potencialidades, hein, tabaréu?
Acho que tá faltando a gente botar o roló nos pés (se for homem) ou a priquitinha (se for mulher) e sair por aí divulgando aos quatro ventos que moramos no mais topado dos estados brasileiro. “É um cabrunco mermo!”. Essa exortação me lembra as mães chamando os filhos que estão brincando na rua: “Minino, peste, venha logo!”.
Esse “peste” é um chamamento indiscutivelmente sergipano, que traz do âmago o modus sergipanus de extrapolar uma maneira carinhosa ao avesso, o cuidado, o amor irrestrito trasverso e travestido de xingamento. Mas não tá xingando, não. É zelo.
E aí, sergipano, vai se sergipanizar e começar a se dar valor e valorizar o que te pertence? Se a gente não fizer isso, aparece um fio do canso qualquer e se apropria do que não nos apropriamos. Aí, mô fio, pra tirar depois é osso!