ARACAJU/SE, 23 de abril de 2024 , 16:48:00

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UTI não se faz por decreto

O aumento dos casos de COVID-19 aumentou no mundo inteiro. Na última semana, o Rio de Janeiro já está com mais de 80% dos leitos de UTI destinados à pandemia ocupados. Tem gente na fila em busca de uma vaga de UTI, e outras morrendo em ambulâncias.

São Paulo não está diferente. O governo decidiu voltar para o nível amarelo, com mais restrições, por conta do aumento de casos.

Sergipe também não é diferente. Há várias semanas está no mapa vermelho do crescimento de casos.

No último dia 01 de dezembro já eram 6.388.526 casos e 173.862 óbitos. Dados que mostram a gravidade da pandemia no Brasil. Ainda assim, é revoltante ver que no governo federal, tem gente dando prioridade aos devaneios ideológicos, achando que isto é um problema da direita ou da esquerda.

Enquanto partidarizam a questão da saúde, brasileiros e brasileiras morrem ou estão esperando uma vaga de UTI.

Enquanto isso, uma parte da sociedade, em sua maioria jovens, pensa que a pandemia acabou, e enchem praias, bares e restaurantes, circulando sem máscaras e os mínimos cuidados para evitar uma contaminação.

O pior é que estas pessoas voltarão as suas casas e podem levar de carona o coronavírus. Sorrateiramente infectará os que estão em casa se protegendo, geralmente idosos e com comorbidade, e estes pagarão o preço pela irresponsabilidade de alguém que apenas queria se divertir.

Algumas autoridades também parecem ignorar o aprofundamento da crise e estimulam comportamentos inadequados e perigosos através do próprio exemplo.

As aglomerações são propícias para a disseminação do vírus, e mesmo com uma campanha intensa sobre a necessidade de ficar em casa e outros cuidados que poderão permitir que fiquem longe da doença.

Nesse momento, a estrutura hospitalar está subestimada e não adianta decisão judicial porque não se cria UTI de uma hora para outra. Apenas uma ordem judicial não vai entregar respiradores e nem médicos intensivistas.

Não se faz UTI por decreto e nem por sentença de juiz. O melhor é cada um cuidar de si e dos outros. Vamos ter que passar por um natal e um réveillon sem aglomerações, esperando que a vacina chegue logo para imunizar a todos.

Mas, enquanto isso não acontece, é preciso insistir que a única forma de evitar que novas vítimas apareçam e novos óbitos aconteçam é a prevenção. Não há clima para tempos normais, ainda estamos na excepcionalidade.

E mais uma vez: não se faz UTI por decreto ou por sentença. Pense nisso.