ARACAJU/SE, 10 de outubro de 2024 , 23:30:17

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Agentes prisionais entregam 70% dos cargos de confiança

Da redação, AJN1

 

Na manhã desta sexta-feira (9), cerca de 100 agentes penitenciários entregaram seus cargos em comissão, o que corresponde a 70% dos cargos da categoria e que pode causar um transtorno sem precedente no sistema prisional sergipano. A decisão foi adotada em assembleia contra a falta de atenção do governo do Estado.

 

Luciano Nery, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários e Servidores da Secretaria de Estado da Justiça (Sindipen), explica que essas funções em comissão são da categoria, mas nenhum agente é obrigado a exercê-las.

 

“Então, vários colegas estão entregando essas funções e há uma grande possibilidade do sistema travar, porque nós temos os cartórios, a parte do serviço social, as coordenações, a inspetoria que vão ficar sem esses agentes. A decisão de entregar os cargos é individual e a motivação é o tratamento do governo para com os servidores.

 

De acordo com Nery, todos os problemas enfrentados dentro dos presídios são de conhecimento da Secretaria de Estado da Justiça (Sejuc), mas nada é feito para melhorar.

 

Copemcan

 

Sobre o Complexo Penitenciário Manoel Carvalho Neto (Copemcan), Nery foi incisivo ao denunciar que lá tem um pavilhão que deveria abrigar 160 presos, mas está sobrecarregado, e tem em média 550.

 

“As guaritas estão desativadas, a iluminação é precária, os agentes trabalham com efetivos mínimos, sem armamento, sem EPI. Quem está fazendo com que o sistema prisional não tenha o mínimo de segurança é o próprio Governo do Estado. Infelizmente o Governo, por vários anos, destratou, não fez os investimentos necessários no sistema prisional e hoje está culminando nisso, e a categoria não vai mais estar dando jeitinho, não vai mais levar o sistema prisional nas costas e, por isso, que vem ocorrendo toda essa situação  caótica”, afirmou o sindicalista.

 

Terceirização

 

Durante a coletiva o presidente do Sindipen informou que o sindicato irá entrar com mais uma ação judicial contra o Estado em virtude de um novo contrato emergencial de terceirização da portaria do Compemcan que o Governo está fazendo.

 

Os agentes também informaram que este sábado (10) não irá permitir que vigilantes terceirizados participem da visita intima do Compemcan. “Nossas agentes estarão lá desempenhando suas atividades e não há motivos para o Governo terceirizar o serviço”, ressalta o presidente.
 

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