ARACAJU/SE, 23 de abril de 2024 , 8:12:08

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Alunas da UFS são voluntárias em projeto que leva contação de histórias a hospitais

 

A biblioterapia é o uso terapêutico da leitura com o objetivo de levar histórias apropriadas para crianças de todas as idades que estão em um momento de enfermidade. A técnica, no entanto, vai além do entretenimento. Leva a capacidade terapêutica das histórias, que possuem recursos para a internalização e identificação com personagens, além de conforto e bem-estar para fortalecer a coragem e esperança das crianças e até mesmo das famílias que participam do processo de internação.

Estudantes do curso de Biblioteconomia e Documentação, do Departamento de Ciência da Informação (DCI) da UFS, campus de São Cristóvão, foram convidadas a participar do projeto Biblioteca Viva como voluntárias por meio de uma parceria com a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (FMRP-USP).

O projeto existe há 20 anos no Hospital das Clínicas da FMRP-USP e atualmente está sendo realizado a distância. Com a pandemia, a docente do Departamento de Medicina Social, da FMRP-USP, Maria Cristiane Barbosa Galvão, que é responsável pela coordenação do projeto, criou o canal Biblioteca Viva, no qual as bolsistas e voluntárias fazem a contação de histórias através de vídeos.

A parceria com a UFS foi feita em dezembro de 2020 e, hoje, 11 voluntárias se candidataram a participar do projeto. “Como nós temos na universidade, no curso de Biblioteconomia e Documentação, a disciplina “Sistemática da Leitura Infantil”, que trabalha a mediação da leitura e a contação de histórias, a professora Cristiane Galvão ofereceu a possibilidade de uma parceria entre os nossos alunos para enriquecer o projeto, que já vem sendo realizado por eles”, diz Niliane Aguiar, professora do Departamento de Ciência da Informação da UFS, e membro da Academia Sergipana de Contadores de História.

Cristiane Galvão ministrou um treinamento de como seria a escolha das histórias e gravações dos vídeos, e as alunas da UFS Tayrine Araujo e Rosilene Santos enviaram cada uma duas histórias: O grãozinho de areia e Uma menina vestida de jardim (por Tayrine); e A felicidade e a dificuldade e A lenda do girassol (por Rosilene). Mais duas alunas estão ensaiando e preparando conteúdos para o envio.

A aluna Tayrine conta que, quando criança, ouvia muitas histórias, principalmente em cordel, e sempre gostou, o que a estimulou a ler muito. “Vi no projeto a oportunidade de proporcionar o mesmo estímulo à imaginação e leitura que eu tive. O projeto é de extrema importância, me ajudou a me expressar melhor”, diz.

“Sou muito grata por poder contribuir de alguma forma com esse projeto tão louvável, levando um pouco de alegria e mensagem de otimismo para essas crianças que estão em um ambiente hospitalar, em situações muitas vezes tão delicadas. Além de gratificante, a experiência está sendo muito proveitosa porque, mais do que contar histórias, a gente aprende no processo de escolher as histórias, pois não pode ser qualquer uma e tem que ser sensível com relação àqueles que irão ouvi-la”, diz a aluna Rosilene.

A voluntária Magna Cardoso, com o intuito de expandir a parceria com a UFS, levou as histórias do projeto Biblioteca Viva para as crianças e adolescentes que frequentam a Biblioteca Pública Municipal Epifânio da Fonseca Dória, em Poço Verde-SE.

A professora Niliane conclui dizendo que ainda não existe a disciplina biblioterapia no curso de Biblioteconomia, mas já consta no novo projeto curricular. Foi elaborada uma reformulação (em andamento) e provavelmente no primeiro semestre de 2021 o novo currículo vai incluir uma disciplina sobre a temática, que será ministrada por ela, o que permite mais uma possibilidade de atuação do profissional bibliotecário. Além da contribuição para a mudança curricular, o Biblioteca Viva quer se expandir na UFS. “O desejo é que o projeto ultrapasse essa parceria e que se torne um projeto de extensão da universidade na área de biblioterapia”, diz.

Fonte: Ascom UFS

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