ARACAJU/SE, 8 de setembro de 2024 , 7:44:20

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Câncer de bexiga: tumor é duas vezes mais comuns em homens

Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam que, em 2024, 11.370 novos casos de câncer de bexiga serão registrados no Brasil.  Os tumores de bexiga são duas a três vezes mais comuns nos homens do que em mulheres. Para se ideia, dos novos casos previstos, estima-se que 7.870 serão diagnosticados em homens e 3.500 em mulheres. Ainda não são conhecidas todas as alterações que levam ao desenvolvimento de câncer na bexiga. Entretanto, já foi identificada uma série de substâncias que se associam a uma maior incidência deste tipo de tumor, especialmente as relacionadas ao tabagismo. O sintoma mais frequente é a presença de sangramento visível na urina, mas outros sintomas associados ao câncer de bexiga são as micções muito frequentes e as dores ao urinar (disúria). Para esclarecer um pouco mais sobre o tema entrevistamos a médica oncologista Luciana Freire, da Oncoclínicas em Sergipe: confira a seguir:

 

Correio de Sergipe – Qual é a distribuição desses casos entre homens e mulheres?

Luciana Freire: Dos mais de 11 mil novos casos de câncer de bexiga que devem ser registrados no Brasil, estima-se que 7.870 serão diagnosticados em homens e 3.500 em mulheres.

 

CS – Qual é a relevância do câncer de bexiga entre os homens?

LF – Esse tipo de neoplasia é a sétima mais frequente entre pessoas do sexo masculino (exceto o de pele não melanoma), representando mais de 3% dos diagnósticos.

 

CS – O que os dados indicam sobre a importância da conscientização sobre o câncer de bexiga?

LF – Os dados acendem um alerta para a importância da conscientização sobre a doença, cujo tabagismo é um dos maiores fatores de risco, sendo responsável por mais de 50% dos casos diagnosticados, de acordo com o INCA.

 

CS – Como as toxinas do tabaco influenciam no desenvolvimento do câncer de bexiga?

LF – As toxinas presentes no tabaco e também nos cigarros eletrônicos, conhecidos como vape, são absorvidas para o sangue, filtradas pelos rins e coletadas na bexiga. A urina com esses compostos nocivos fica em contato com o tecido desse órgão por várias horas, podendo causar mutações das células ou até mesmo lesões, aumentando o risco de neoplasia.

 

CS – Além do tabagismo, quais outros fatores podem estar relacionados ao desenvolvimento do câncer de bexiga?

LF – A exposição a substâncias químicas, alguns medicamentos e suplementos dietéticos, gênero e raça, idade avançada e histórico familiar podem ter relação com o desenvolvimento do câncer de bexiga.

 

CS – Quais são os sintomas mais comuns do câncer de bexiga?

LF – O mais comum é a hematúria (sangramento na urina), seguido de perda de peso sem causa aparente, dor ao urinar e no abdômen inferior.

 

CS – Como é definido o tratamento para o câncer de bexiga?

LF – O tratamento é definido de acordo com o estágio no momento do diagnóstico. As opções variam de acordo com o estadiamento, que é o nível de acometimento da doença. O método de intervenção pode variar, indo desde raspagens do tumor ao tratamento intravesical, tratamento venoso e cirurgia para retirar a bexiga.

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