Por Wilma Anjos
Na entrevista especial da semana, o Jornal Correio de Sergipe traz mais uma história inspiradora. A sergipana Mariana Xisto, de apenas 18 anos, é um dos 33 brasileiros selecionados, entre 10.119 inscrições no país, para participar do Programa Jovens Embaixadores 2021, marcado para acontecer entre os dias 14 de junho e 13 de agosto deste ano. O resultado da seleção foi divulgado no início do mês pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Ela está concluindo o curso Técnico de Nível Médio Integrado em Química, no Instituto Federal de Sergipe (IFS) e apresentará suas ideias de bem-estar social durante o encontro, que este ano acontece no formato virtual, devido à pandemia da Covid-19. Confira como a estudante atingiu a façanha:
Correio de Sergipe: Como foi o processo seletivo?
Mariana Xisto: Consistiu em algumas etapas: pré-cadastro, formulário de inscrição com documentos comprobatórios (condições socioeconômicas, histórico escolar, carta de recomendação e documentos da iniciativa social), aprovação da SEDUC (Secretaria de Educação), exame oral, exame escrito e, por fim, a entrevista dos finalistas. A participação da SEDUC, como Instituição Parceira, foi imprescindível na escolha dos candidatos finalistas e também na revisão dos documentos. Fiquei na primeira e única posição no estado de Sergipe, dentre 10.119 inscrições. Além de mim, foram selecionados outros 32 jovens de outros estados do país.
CS: A única sergipana selecionada em mais de 10 mil?!
MX: Sim. No entanto, Sergipe teve seis semifinalistas, que foram premiados com um curso de inglês, e dois finalistas, contando comigo. Alguns deles foram alunos do IFS, outros de escolas públicas do estado.
CS: E o que dizia a sua carta de recomendação?
MX: Contei com a ajuda da minha professora Ana Paula Cavalcante de Oliveira (Gerente de Ensino Técnico/IFS Campus Aracaju), que esteve comigo durante todo o ensino médio, para esta tarefa. Na carta, a menção dela a meus projetos, desempenho acadêmico e qualidades pessoais me emocionou e surpreendeu. Sem dúvidas, a participação dos professores na trajetória de alunos que buscam a excelência é de extrema importância.
CS: Teve exame oral e escrito de inglês. Suponho que seja íntima do idioma.
MX: Durante a minha alfabetização na língua portuguesa, eu já possuía contato com o inglês, por volta dos quatro anos de idade. Acredito que o inglês é onipresente no nosso cotidiano, tanto no viés acadêmico quanto no lazer, cultura, esportes, jogos, livros e outros. Por isso, entrei na jornada de aprendê-lo sozinha ainda pequena, adaptando a língua às minhas preferências de aprendizado. Durante o Ensino Médio, aprofundei-me no idioma almejando a fluência, e hoje considero-me fluente em inglês. Por ser apaixonada por idiomas, busco aprender o espanhol e, posteriormente, pretendo continuar em outras línguas também.
CS: O público alvo do programa são jovens empreendedores com ideias inovadoras de bem estar social. Qual foi sua contribuição?
MX: Minha iniciativa social foi uma participação no projeto de construção do primeiro laboratório de Biologia da minha escola, o IFS (Campus Aracaju). Minha participação neste projeto é proveniente da minha paixão revelada ainda na infância pela Ciência. Por ter mais afinidade com as Ciências Biológicas, fui convidada para a entrevista deste projeto e pude ser bolsista. Estamos em fase de implementação e já possuímos uma coleção de Zoologia, um laboratório completo e funcional, modelos didáticos tridimensionais de Citologia e estamos elaborando o Manual de Aulas Práticas de Biologia para o Ensino Médio, publicação na qual possuirei autoria. É extremamente gratificante poder colocar os nossos próprios sonhos na nossa comunidade e sermos capazes de alimentar os sonhos de outros. Estou muito feliz por poder participar desse projeto.
CS: Como será a dinâmica do encontro.
MX: Devido à conjuntura da pandemia, o evento será inteiramente virtual neste ano, caracterizando uma edição única desde o início do programa, em 2003. Teremos oficinas, encontros com os Jovens Embaixadores estadunidenses, atividades de mão-na-massa e outras que possam permitir a experiência de um intercâmbio, ainda que não presencial.
CS: O formato virtual tirou um pouco de sua alegria?
MX: Confesso que a viagem seria um momento mágico para mim, além de ser uma oportunidade única para estar imersa em uma cultura que tanto admiro. Por isso, fiquei um pouco chateada. No entanto, o Programa Jovens Embaixadores é um sonho, e a viagem representa apenas uma parcela das oportunidades, aprendizado e conexões deste programa. Minha alegria permanece igual, e sinto-me lisonjeada por poder participar desta caminhada ao lado de outros jovens que, assim como eu, desejam impactar as suas comunidades e contribuir para um futuro melhor.
CS: Qual o peso do Programa para sua formação acadêmica?
MX: Representa visibilidade, destaque, aprendizado e trocas de valor imensurável para mim. Esse programa é um sonho que se concretizou de maneira muito surpreendente, apesar dos meus esforços, e deixou-me extremamente satisfeita. Espero poder aprender e fazer jus ao meu estado, representando-o e também a minha comunidade. Além disso, a notoriedade que tenho recebido durante a candidatura também será muito importante para o meu projeto e as minhas pretensões acadêmicas.
CS: Alguém especial te incentivou para os estudos?
MX: Tenho uma irmã e minha família, sobretudo a mais próxima (minha mãe, minha irmã, pai e avós maternos, além de tios) sempre me forneceu suporte para a minha educação, que excedeu e excede as minhas expectativas. Desde pequena sempre tive apoio, compreensão e ajuda para tudo o que almejasse. Com a pandemia, minhas atividades curriculares e extracurriculares exigiam muito, e esse apoio fez total diferença para o meu desempenho acadêmico e para o sucesso da minha candidatura. Minha família representa tudo para mim, e minhas conquistas são compartilhadas com eles também.
