Da redação, AJN1
Os médicos oncologistas pediátricos, clínicos e hematologistas clínicos que trabalham no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) paralisaram as atividades nesta terça-feira (30) por 24h. Eles cobram a equiparação salarial com os médicos que atuam na cirurgia oncológica e radioterapia. Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed), João Augusto, a distorção salarial chega a 50%. Ele lembrou que desde outubro do ano passado que a categoria vem tentando marcar uma reunião com representantes da Secretaria de Estado da Saúde (SES) para discutir a situação.
“Falta de respeito por parte da Secretaria de Estado da Saúde, no tocante a não ter equiparação salarial entre os próprios médicos. É o mesmo serviço, mesmo cargo, o que diferencia é apenas as especialidades, oncologista clínico, hematologista, cirurgião oncológico e radioterapia, mas todos estão no mesmo cargo. O estado resolveu dar gratificações diferenciadas para esses dois setores simplesmente porque reclamaram. Todo mundo acompanhou os movimentos da cirurgia oncológica e da radioterapia”, disse o presidente do Sindimed ao justificar a realização da paralisação.
João Augusto ressaltou que os pacientes que estão em tratamento ou internados não terão o atendimento comprometido, no entanto, as pessoas que estão em fase de avaliação para início do tratamento possivelmente terão as consultas adiadas. O movimento foi aprovado em assembleia realizada na última quinta-feira (25). Uma nova assembleia está agendada para o dia 8 de fevereiro, quando na oportunidade será avaliada a resposta da SES. Os médicos não descartam uma greve por tempo indeterminado.
Segundo o superintendente do Huse e secretário adjunto de Saúde, Luiz Eduardo Correia, a Fundação Hospital de Saúde (FHS) criou distorções grandes nas gratificações dadas aos médicos por setor de trabalho, mas existe parecer da Procuradoria do Estado que as gratificações estão ilegais por terem sido aprovadas apenas pelo conselho curador da Fundação. Ele explicou que a concessão das gratificações terá de ser feita por Lei aprovada na Assembleia Legislativa do Estado (Alese) para que tenham uma uniformidade e sejam homologadas.
“É uma demanda justa, porém não concordo com a forma como está sendo cobrada, nunca deixamos de mostrar o empenho que estamos para acelerar a oficialização das gratificações para todos os profissionais e não só cirurgiões oncológicos e gerais”, ressaltou Luiz Eduardo.