Se em 2020 o Brasil quase conquistou o prêmio de melhor documentário com “Democracia em vertigem”, de Petra Costa, a campanha deste ano está ainda mais emocionante. Agora, além do documentário “Babenco”, de Bárbara Paz, e da animação Umbrella, o curta-metragem Carne, de Camila Kater, também faz parte da lista de produções brasileiras na disputa pela estatueta de ouro.
Em “Carne”, cinco mulheres compartilham relatos íntimos e pessoais, em relação ao corpo desde a infância até a terceira idade. Ao apresentar cinco segmentos para as diferentes fases da vida das mulheres narradas através de vozes femininas, CARNE recorre à representação de suas experiências em técnicas diversas de animação. Sugere uma relação entre carnivorismo e dominância masculina para expor os inúmeros tipos de violências dos quais as mulheres são vítimas mas também enfatizar as formas de resistência feminina.
A diversidade das experiências das mulheres com seus corpos decorre sobretudo das diferentes características das cinco personagens escolhidas. Rachel, Larissa, Raquel, Valquíria e Helena expõem vivências diversas determinadas de acordo com a faixa etária, orientação sexual, etnia e constituição corpórea.
A obra é uma co-produção Brasil-Espanha e foi lançado em 2019, durante o Festival de Cinema de Locarno. Figurando a shortlist dos Prêmios Goya, e qualificada para concorrer uma vaga na categoria de curta-metragem documental do Oscar. A produção coleciona 70 prêmios no Brasil e no mundo, incluindo Melhor Curta Documentário no Festival de ZINEBI, Melhor Curta-Metragem Europeu EFA (European Film Award) e Melhor Curta Voto Popular no Festival do Rio.
Para quem ficou curioso, o filme pode ser conferido em formato on-line e gratuito no New York Times Op-Docs, uma plataforma gratuita de alcance global do jornal estadunidense. Será que em 2021 o Brasil vai conquistar o prêmio disputado do cinema? A ansiedade é grande e com essas produções de peso a expectativa e torcida fica maior ainda!
