Familiares de vítimas de mortes violentas registradas nesta segunda-feira (12) estão encontrando dificuldade para liberação dos corpos no Instituto Médico Legal (IML) Dr. Augusto Leite, em Aracaju. O problema ocorre em virtude da paralisação de 48h dos peritos oficiais de Sergipe, que já haviam anunciado que não fariam necropsias durante a noite.
Sem informações sobre o horário da liberação dos corpos, várias pessoas passaram a noite e a madrugada na praça Tobias Barreto, que fica em frente ao Instituto. "Estou aqui desde às 19h30 de ontem e a única coisa que os funcionários dizem é que não tem médico, mas ele chegaria logo e até agora nada", desabafou uma mulher que aguarda a necropsia do corpo da irmã, que foi morta em Itabaiana.
A informação é que até o início da manhã de hoje, 11 corpos estavam no IML aguardando a realização da necropsia. Conforme haviam anunciado, os peritos oficiais paralisaram as atividades desde a manhã desta segunda-feira, mantendo apenas o efetivo mínimo.
Por conta disso, no IML foi suspensa a realização de necropsias no período da noite e só foram atendidos casos de violência sexual e lesões corporais relacionados a flagrante. Além disso, os peritos criminais só atenderam casos relacionados a ocorrências com registros de óbitos.
A mobilização da categoria que desde setembro tenta negociar com o Governo do Estado o plano de reestruturação da carreira, também teria comprometido o recolhimento de corpos vítimas de mortes violentas. Exemplo disso ocorreu com as três mortes registradas em Itabaiana. Os crimes aconteceram entre às 10h30 e o meio dia de ontem, mas as três vítimas só deram entrada no IML às 21h11.
De acordo com informações do Sindicato dos Peritos Oficiais de Sergipe (Sinpose), a categoria possui o pior salário do Nordeste e o segundo mais defasado do Brasil.