ARACAJU/SE, 6 de outubro de 2024 , 23:36:22

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Pesquisadores da UFS projetam estabilização final da pandemia em Sergipe apenas em março de 2021

 

O Laboratório de Economia Aplicada e Desenvolvimento Regional (Leader) da Universidade Federal de Sergipe (UFS) divulgou, na manhã desta sexta-feira, 13, uma nova projeção da evolução da contaminação do novo coronavírus em Sergipe. A análise no âmbito do projeto EpiSergipe sinaliza que a estabilização final da pandemia no estado ocorrerá somente a partir do mês de março do próximo ano.

“Estima-se que a pandemia volte à sua trajetória de maior desaceleração a partir de 28 de novembro de 2020, e que a estabilização – natural – da doença ocorra apenas em 21 de março de 2021, mais de um ano após o seu início. Nesse ponto, ainda, vale destacar que não se considera qualquer intervenção de vacina ou utilização de medicamentos prescritos para esse tipo de doença, mas sim uma previsão de estabilização final,” diz a professora de Economia da UFS, Fernanda Esperidião.

Este cenário é projetado com o número de novos casos diários do novo vírus respiratório sendo igual ou inferior a cinco. A previsão foi feita com base nos boletins epidemiológicos da Secretaria de Estado da Saúde, no período de 15 de março, quando houve a confirmação do primeiro caso da doença, até 8 de novembro.

Outro dado observado é que a taxa de crescimento média de novos casos foi de 0,21% ao dia, durante os trinta dias do mês de setembro, subindo para 0,27% ao dia ao longo do mês de outubro. Já nos oito primeiros dias de novembro, a taxa caiu para 0,15% ao dia. Entretanto, os pesquisadores alertam para a possibilidade de pequenas ondas de curta duração que geram um efeito de persistência da contaminação.

Para o professor de Economia, Fábio Rodrigues Moura, “é possível observar que a trajetória declinante das taxas diárias de crescimento é interrompida justamente em meados de setembro, quando uma nova onda de curta duração se inicia. As taxas passam, então, a apresentar uma trajetória mais horizontal até o início de novembro, caraterística típica de uma zona de crescimento equilibrado da doença no estado.”

Taxa de reprodução do vírus

Estima-se que a taxa reprodução do vírus atualmente varia entre 0,7 e 0,88. “Isso é um bom sinal, dado que é necessária uma taxa menor do que 1 para que a pandemia se encaminhe para um término. A taxa continua não tão distante de 1, sugerindo cautela quanto a possíveis novos surtos de curta duração,” ressalta o pesquisador.

Índice de isolamento social

A análise ainda aponta que a média do índice de isolamento social no estado, nos meses de setembro e outubro, ficou em 36% e 35%, respectivamente. Além disso, ao longo desses dois meses, o índice de isolamento máximo por dia não ultrapassou 44%. Essa queda, de acordo com os pesquisadores, está diretamente relacionada à retomada das atividades econômicas, a partir de decretos do governo estadual.

Projeto EpiSergipe

A Universidade Federal de Sergipe firmou uma parceria com o Governo de Sergipe para o desenvolvimento de um projeto que visa acompanhar o grau de contaminação e os impactos do coronavírus em Sergipe. O investimento será de R$ 4.160.000,00.

Subdividido em três vertentes, o projeto terá duração de um ano e consiste em monitorar o nível de infecção por covid-19 no estado, identificando-se a prevalência em quinze municípios sergipanos, estimar os impactos socioeconômicos da pandemia no estado e acompanhar os impactos sociais em populações mais vulneráveis. As informações são da Ascom/UFS.

 

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