Uma pesquisa feita pelo FGV IBRE (Instituto Brasileiro da Economia da Fundação Getúlio Vargas) e divulgada na sexta-feira (31) mostra que o preço dos itens de Páscoa subiram o triplo da inflação acumulada no último ano. Segundo os dados do levantamento, os alimentos relacionados com o feriado registraram aumento médio de 12% no preço, enquanto a inflação esteve em 4,81%.
Segundo os dados do levantamento, os alimentos relacionados com o feriado registraram aumento médio de 12% no preço, enquanto a inflação esteve em 4,81%.
Entre os produtos tradicionais escolhidos pela pesquisa, os que mais sofreram aceleração nos preços foram: ovos (27,31%), cebola (22,76%), bolo pronto (14,51%), atum (12,97%), sardinha em conserva (11,46%) e bacalhau (10,91%).
Um dos itens mais procurados nas prateleiras durante o feriado, os bombons e chocolates também operaram bem acima da inflação com 9,65%. Nenhum dos itens da cesta recuou de preço nos últimos 12 meses e apenas 2 subiram abaixo da inflação geral: batata inglesa e couve, ambos com percentual de 2,23%.
A alta nos preços dos alimentos não possui uma explicação isolada, mas é o conjunto de uma série de fatores que desde o início da pandemia resultaram na diminuição na oferta de produtos em algumas regiões.
“Desde 2020 até o 3º trimestre de2022/, vivemos um período de pressão sufocante de custos: problemas climáticos, forte desvalorização cambial, problemas energéticos, logísticos, entre outros, afetaram a oferta de vários alimentos no país”, afirmou o economista e pesquisador do FGV IBRE, Matheus Peçanha.
Embora a economia brasileira tenha começado a apresentar indícios de uma desaceleração nos custos, a recuperação ainda não surtiu efeito na queda dos preços.
“O clima melhorou junto com a produtividade do campo, os preços das commodities despencaram, mas quando olhamos o acumulado dos 12 meses, percebe-se que ainda não foi o suficiente para compensar o cenário anterior, além de alguns problemas esporádicos de oferta, como é o caso da cebola e dos ovos”, disse.
Fonte: Poder 360
