Da redação, AJN1
Trabalhadores rodoviários demitidos de duas empresas do transporte público da Grande Aracaju protestaram na manhã desta quinta-feira (25), em frente à sede da Câmara Municipal de Aracaju, situada no Centro da capital. De ordeira, os ex-funcionários solicitaram uma reunião com representantes da Câmara, para relatar os problemas enfrentados pelos pais de família que encontram-se desempregados, além de cobrar direitos trabalhistas e salários atrasados por parte das viações Modelo e Progresso.
A Comissão de Obras, Serviços Públicos, Transportes e Meio Ambiente, formada por 12 vereadores, recebeu um grupo de ex-funcionários, representada por motoristas, cobradores e pessoal de manutenção.
Comissão de vereadores recebe representantes dos funcionários demitidos
“A saúde financeira das empresas de ônibus e o trabalho dessas empresas perante a sociedade depende de uma autarquia, a SMTT, que tem a função fiscalizadora quando necessário e punição dessas empresas que fazem um serviço público. Isso não foi feito todos esses anos. Hoje, nós enfrentamos uma situação degradante no qual 177 pessoas foram desligadas e não tiveram suas verbas rescisórias e fundo de garantia pagos dentro do tempo hábil. Nós viemos buscar notoriedade e informá-los da situação”, disse o representante dos funcionários demitidos, Paulo Gabriel.
O secretário da Comissão de Transportes, vereador Eduardo Lima (Republicanos), disse, de maneira rasa e redundante, que a Câmara está de portas abertas. “Estamos aqui de portas abertas para receber todos os segmentos da sociedade. O problema do transporte é grave e precisa de solução. A comissão está em diálogo constantemente com a SMTT, com o Executivo Municipal e também com o governo do Estado. Não estamos omissos. Estamos prontos para trazer soluções que possam ser aplicadas”, manifestou-se, sem apontar solução.
O vice-presidente da Câmara, Vinicius Porto, demonstrou preocupação com o caso. “Essa reunião não ficou só aqui. Na próxima semana vamos reunir outros envolvidos nesse processo para que a gente possa resolver essa situação em que pais e mães de famílias estão em dificuldade”, prometeu.
No último dia 18 de novembro, os funcionários demitidos realizaram um ato em frente à sede da Prefeitura. Contudo, o prefeito Edvaldo Nogueira não os recebeu. No entendimento dos manifestantes, como o transporte é uma concessão pública municipal, a Prefeitura poderia intervir, junto às empresas que compõem os lotes de concessão, para tentar achar uma solução para o problema e preservar os empregos dos trabalhadores neste momento de severa crise econômica por que passa o país.
Setransp
Em nota, o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Município de Aracaju (Setransp) disse o seguinte:
“O Setransp tem acompanhado a situação difícil das empresas de transporte público coletivo de Aracaju e tem levado ao conhecimento das autoridades públicas sobre a necessidade de ações que garantam a sustentabilidade do setor, buscando saídas de aporte extra tarifário, redução ou isenção de impostos e subsídios.
Os maiores custos entre as despesas para prestação do serviço são a mão de obra e o combustível, e as empresas têm enfrentado entraves para arcar com esses custos que são básicos para o funcionamento do transporte. Principalmente, diante do aumento do valor desses custos, como o diesel cresceu somente este ano quase 60%.
Em paralelo, o setor tem buscado alternativas desde o início da pandemia para evitar ao máximo a redução de postos de trabalho, e chegou ao nível que isso tem sido inevitável. O Setransp lamenta que o transporte que é um serviço essencial e um direito social esteja enfrentando essa situação e reforça a importância de medidas emergenciais.”