O Censo da Educação Superior revela que mais de 2.300 alunos ingressaram em cursos de engenharia em Sergipe, em 2017. Em contrapartida, mais de 5.300 desistiram da graduação e trocaram de curso, trancaram a matrícula ou se desvincularam da universidade. No Brasil, a cada 175 alunos que ingressam nos cursos superiores de engenharia, apenas 95 concluem.
Na Universidade Federal de Sergipe (UFS), por exemplo, a taxa de evasão, no ano passado, foi de 35%. Segundo o vice-diretor do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CCET) da universidade, Eduardo David Ordonez, a desistência costuma ocorrer entre o primeiro e o segundo ano da graduação, quando são ministradas as disciplinas mais básicas.
Segundo Ordonez, uma das principais causas é o nível com que os alunos estão ingressando nas universidades. “Do ponto de vista técnico, os estudantes estão apresentando bastante dificuldade em matemática, principalmente na área de cálculo”, diz.
Fragilidade
Para a diretora de Inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e superintendente nacional do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Gianna Sagazio, o alto índice de desistência mostra a fragilidade e a necessidade da modernização do ensino de engenharia, que, segundo ela, ainda segue o modelo idealizado há mais de 30 anos.
Propostas
A CNI encaminhou aos candidatos à presidência da República propostas para a atualização do currículo dos cursos de engenharia. A modernização das diretrizes curriculares e metodologias, aprimoramento do sistema de avaliação e a valorização do trabalho dos docentes estão entre as principais propostas da indústria para o Brasil crescer.