ARACAJU/SE, 10 de outubro de 2024 , 2:41:34

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Tecnologias on-line desenvolvem novo modelo de aprendizagem

 

Sentar para estudar em casa, através do computador e do celular, virou uma prática mais comum nas instituições de ensino, principalmente após a pandemia da covid-19. A implementação destas tecnologias na educação deflagrou um processo que não apenas modernizou a prática do ensino, mas também desenvolveu novos métodos e abordagens para o processo de aprendizagem. Um deles é conhecido como aprendizagem ubíqua, mas também responde pelos nomes “u-learning” ou “aprendizagem onipresente”.

Trata-se de uma abordagem educacional que usa tecnologias de comunicação on-line e dispositivos móveis, sobretudo smartphones, tablets e smartwatches, e que vem sendo adotada de forma mais ampla nas instituições de ensino. Através dela, o estudante pode acessar conteúdos, realizar atividades, interagir com os professores e receber o retorno deles de forma imediata, em qualquer lugar e a qualquer momento.

“O conceito de aprendizagem ubíqua é baseado na ideia de que a tecnologia pode ser usada para criar ambientes de aprendizagem mais flexíveis, dinâmicos e acessíveis, capazes de se adaptar às necessidades e interesses dos alunos em tempo real, independentemente de sua localização geográfica ou disponibilidade de tempo”, explica a professora Ana Cláudia de Ataide Almeida Mota, assessora da Pró-Reitoria de Graduação da Universidade Tiradentes (Unit).

Segundo ela, a aprendizagem ubíqua vem sendo aplicada de diversas formas no dia-a-dia, em diferentes contextos e ambientes. Entre as principais modalidades de ensino, a Educação a Distância (EAD), tem sido a que utiliza mais amplamente essa abordagem, ao permitir que os alunos acessem conteúdos educacionais e interajam com os professores e outros alunos de qualquer lugar e a qualquer momento. O mesmo acontece na educação corporativa, voltada à formação profissional e ao desenvolvimento de habilidades e competências dos colaboradores.

Tudo isto se soma ao uso de jogos educacionais (gamificação) e de programas e aplicativos interativos de realidade aumentada. A aprendizagem ubíqua vem sendo igualmente no microlearning, uma técnica de aprendizagem que se baseia na entrega de conteúdos educacionais em pequenas doses, que possam ser consumidos rapidamente, em qualquer lugar e acessível através dos dispositivos móveis.

Para além da interatividade e flexibilidade de espaço e de tempo, o modo ubíquo de aprendizagem apresenta outros diferenciais em relação à abordagem tradicional. Um deles é a personalização, na qual o processo de aprendizagem pode ser adaptado às necessidades e preferências individuais de cada aluno, oferecendo uma experiência educacional mais personalizada e adaptativa, o que pode incluir o uso de tecnologias de inteligência artificial e aprendizagem adaptativa.

Outras vantagens estão na ampliação do acesso a conteúdos diversificados, como vídeos, podcasts, gráficos e jogos, e na economia de recursos para a estruturação de polos e unidades de ensino. “A aprendizagem ubíqua pode ser uma opção mais econômica em comparação com a abordagem de aprendizagem tradicional, pois não exige a construção de infraestrutura física, como salas de aula e laboratórios, e pode ser acessada por meio de dispositivos móveis que são relativamente acessíveis. Isso pode tornar a educação mais acessível para pessoas de diferentes perfis socioeconômicos”, diz a professora.

O que o modelo exige?

Para Ana Cláudia, esse novo modelo de aprendizagem exige que os estudantes desenvolvam habilidades como comunicação, colaboração, resolução de problemas e pensamento crítico. “Para os alunos, a aprendizagem ubíqua exige um alto grau de autonomia e responsabilidade na gestão do seu próprio processo de aprendizagem. Eles precisam ser capazes de aproveitar ao máximo as ferramentas e tecnologias disponíveis para acessar, organizar e processar informações de forma eficaz, bem como adaptar seu aprendizado às diferentes situações e contextos”.

Já para os professores, ela acrescenta que o modo ubíquo exige dos colegas uma mudança significativa em seu papel tradicional como transmissores de conhecimento, tornando-se facilitadores e orientadores do processo de aprendizagem do aluno. “Eles precisam ser capazes de criar ambientes de aprendizagem que incentivem a colaboração, a reflexão e a resolução de problemas, bem como desenvolver estratégias pedagógicas e recursos educacionais que permitam a aprendizagem em qualquer lugar e a qualquer momento”, afirma a assessora da Unit.

Ana conclui que tanto alunos como professores precisam ter habilidades tecnológicas básicas para utilizar as ferramentas e plataformas digitais que suportam a aprendizagem ubíqua, bem como estar preparados para lidar com os desafios e limitações como a falta de interação face a face e a necessidade de gerenciar sua própria motivação e disciplina.

Fonte: Asscom Unit

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