ARACAJU/SE, 3 de maio de 2025 , 0:30:53

Até 2028, Brasil terá 85 milhões de assinantes de streaming; setor movimenta mais de R$ 30 bilhões

 

O mercado de streaming deve crescer no Brasil a um ritmo mais acelerado do que a média global nos próximos cinco anos, mas com o desafio de ampliar a receita com publicidade, uma estratégia que está em expansão em outros países.

A conclusão é da PwC, em relatório que estima que o setor alcance US$ 5,5 bilhões (R$ 31,2 bilhões) em receitas no Brasil até 2028, com uma taxa média anual de crescimento de 9,5%.

A consultoria analisou o cenário para a expansão de serviços de conteúdo audiovisual sob demanda (ou on demand, no jargão do setor) como Netflix, Amazon Prime, HBO Max e Globoplay, que é apontado no relatório como um forte competidor local frente às plataformas multinacionais.

A projeção inclui um aumento no número de assinaturas no país de 60,2 milhões em 2023 para 85,4 milhões nos próximos cinco anos, segundo a Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia da PwC, obtida pelo GLOBO.

O avanço representa um crescimento composto de 7,2%, ritmo maior que da média global, de 5%. No mundo, a estimativa da consultoria é que o número de assinantes de streaming chegue a 2,1 bilhões em 2028.

A consultoria aponta que o mercado tem buscado consolidar modelos de monetização para além das assinaturas. Entre as grandes plataformas internacionais, a estratégia passa pelos pacotes com anúncios, em que os assinantes pagam assinaturas mais baixas em troca de assistirem publicidade.

“A introdução de uma variante baseada em anúncios é geralmente acompanhada por outras medidas para aumentar as receitas, que vão desde o combate ao compartilhamento de senhas até investimentos em conteúdo de ‘visualização por agendamento’, como esportes ao vivo, para atrair tanto assinantes quanto anunciantes”, aponta a consultoria.

Modelo de anúncios

Com a vantagem de reduzir os custos dos pacotes para os usuários, o modelo com propaganda deve fazer com que a receita de publicidade no streaming cresça, no mundo, de US$ 29,7 bilhões para US$ 57,3 bilhões, aponta consultoria.

No Brasil, no entanto, a receita de publicidade deve se manter em um patamar mais baixo, representando 6,5% das receitas totais de streaming em 2028, em comparação com 27,7% no mundo.

Para Ricardo Queiroz, sócio e líder do setor de tecnologia, mídia e telecomunicações (TMT) da PwC Brasil, a adesão mais tímida ao modelo com anúncios no país está relacionada ao comportamento do consumidor brasileiro que, ao pagar pela assinatura, espera acesso a conteúdo sem interrupções:

“Esse é um modelo que começou a aparecer no Brasil a partir de 2022. Mas geralmente o assinante que paga muito pra ter acesso a conteúdo, não quer interrupção”, afirma Queiroz, acrescentando o modelo híbrido tem aceitação mais limitada no mercado brasileiro.

Nos mercados desenvolvidos, outra tendência é a dos pacotes combinados, em um modelo que lembra o de assinaturas da TV a cabo. Nos EUA, a consultoria lembra que Disney e Warner Bros. Discovery fizeram uma parceria para oferecer um pacote que inclui Disney+, Hulu e Max. Já empresas de TV a cabo tem oferecido pacotes de assinatura que agregam plataformas de streaming.

TV conectada

A consultoria destaca que, no Brasil, o Globoplay, plataforma de streaming do Grupo Globo, é “um forte competidor local” contra gigantes americanas, com diferencial de ter “ampla base de clientes e vasta seleção de conteúdo nacional”. A PwC cita ainda que a tentativa de competição do Mercado Livre ao lançar o Mercado Play, que agrega serviços de streaming.

O relatório destaca a publicidade em TV conectada (CTV) como uma nova fonte de receita, com previsão de dobrar no Brasil até 2028, chegando a US$ 1,1 bilhão. No mundo, o salto será de US$ 20,5 bilhões para US$ 41,2 bilhões no mesmo período. O formato permite anúncios mais segmentados durante a programação de vídeo sob demanda.

A publicidade na TV conectada já soma mais de US$ 650 milhões no Brasil, e a tendência é que as marcas passem a explorar tecnologias como “TV comprável”, com compras diretas a partir de anúncios interativos – modelo já em teste nos EUA com a aquisição da Vizio pelo Walmart.

Fonte: O GLOBO

Você pode querer ler também