ARACAJU/SE, 26 de setembro de 2025 , 16:57:37

Automação no trabalho: saiba como a Geração Z redesenha futuro

 

Desde o lançamento do ChatGPT, em novembro de 2022, a inteligência artificial se inseriu em todos os setores, provocando mudanças profundas no mercado de trabalho. No caso da Geração Z, a tecnologia se tornou um fator determinante nas suas escolhas profissionais. Mas esse público não está indo em direção a ela, mas, sim, no caminho contrário – e sem lamentações.

Em artigo publicado na Fast Company, Jeff LeBlanc, professor na Bentley University, dos Estados Unidos, e criador do Modelo de Liderança Empática Engajada (EELM), diz que os nascidos entre meados dos anos 1990 e início dos anos 2010 estão ajustando silenciosamente seus planos de carreira, optando por áreas consideradas mais resistentes à automação ou diversificando fontes de renda por meio de trabalhos paralelos.

“No último ano, conversei com pelo menos uma dúzia de membros da Geração Z que redirecionaram completamente suas carreiras. Alguns mudaram de curso no meio do caminho; outros optaram pelo que descrevem como carreiras “à prova de IA” – áreas que parecem mais estáveis ​​do que o que planejaram originalmente. Esta não é uma tendência isolada – está se tornando um padrão geracional”, afirmou.

LeBlanc exemplificou em seu texto que um estudante recém-formado no ensino médio lhe disse que queria um emprego que não pudesse ser substituído por um robô. Por isso, estava se inclinando para áreas como a construção civil. Outro contou que estava pensando na área da saúde, pois “é difícil imaginar um mundo onde a saúde não precise da humanidade”.

“O que mais me impressionou não foi o conteúdo das respostas – foi a ausência de drama. Nenhuma declaração grandiosa sobre o futuro do trabalho. Nenhum pânico. Apenas escolhas”, destacou o autor. “Em suas respostas discretas, é possível ver o contorno de uma geração que prefere agir a especular. Eles estão esboçando o projeto do futuro não com slogans ou hashtags, mas com movimentos deliberados e decisivos”.

Ele acrescentou que a geração Y foi redirecionada durante a recessão de 2008, quando os empregos desapareceram, e a geração Z está fazendo o mesmo agora, mas com um toque diferente: “A IA é a disruptora, e eles estão respondendo não com conversas, mas com ações. E essa adaptabilidade – mudar cedo, diversificar as trajetórias de carreira e desenvolver resiliência sem esperar por clareza – pode ser o modelo que as gerações mais velhas devem aprender à medida que o trabalho continua mudando”.

Outras fontes de renda

Com toda essa mudança, os nascidos entre meados dos anos 1990 e início dos anos 2010 têm investido em trabalhos paralelos. Contudo, como apontou LeBlanc, não se tratam de projetos de paixão, e sim algo que faz “parte da vida”. Além disso, sua abordagem é prática e nascida da volatilidade econômica.

“Esses empreendimentos são sobre resiliência e tranquilidade, não sobre validação ou status”, enfatizou o professor, acrescentando que a geração Z não está esperando que as instituições lhes digam para onde as coisas estão indo – ela está lendo os sinais e se movimentando.

“Em alguns casos, isso significa escolher a estabilidade em vez do prestígio. Em outros, significa redobrar a aposta em projetos paralelos que criem agência e identidade para além de um único empregador. E, novamente, eles estão fazendo isso sem muito alarde. A ansiedade é real, mas a resposta é prática”.

E ele completou: “Para trabalhadores mais velhos, prestar atenção é importante. Em um mundo onde a disrupção está se acelerando, o instinto de mudar rapidamente, experimentar paralelamente e construir múltiplos caminhos pode ser o modelo de que todos precisamos. A Geração Z está mostrando que resiliência não se resume apenas a garra – mas também a agilidade, a previsão e a humildade de mudar de rumo antes que seja tarde demais”.

Fonte: Época Negócios

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