As correntes oceânicas afetam mais a vida humana do que se possa imaginar. Esses fluxos de água influenciam no clima, nos ecossistemas e até na alimentação das pessoas. Como define um artigo da Administração Nacional dos Oceanos e da Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA), dedicado ao tema, “as correntes oceânicas são movimentos contínuos e direcionados da água dos mares. Essas correntes estão na superfície do oceano e em suas profundezas, fluindo tanto local quanto globalmente”.
Ainda como explica a fonte, “os ventos, a densidade da água e as marés impulsionam as correntes oceânicas”, mas elas também são influenciadas por características da costa de cada parte do mundo bem como do próprio fundo do mar. Estes pontos influenciam na localização, na direção e na velocidade das correntes oceânicas.
A rotação da Terra influencia nas correntes oceânicas
De acordo com outro artigo sobre o assunto, desta vez publicado no site da National Geographic Portugal, as correntes dos oceanos são “verdadeiros gigantes em movimento” e “essenciais para o equilíbrio do nosso ecossistema global”.
Esta tênue harmonia está ligada também com a rotação da Terra, como detalha a NOAA. Isso porque este movimento do planeta resulta em um efeito chamado Coriolis, que influencia as correntes oceânicas. “O que ocorre é semelhante a uma pessoa que tenta andar em linha reta em um carrossel giratório: os ventos e as águas oceânicas são desviados de um caminho em linha reta à medida que viajam pela Terra em rotação”, explica a fonte científica. “O fenômeno faz com que as correntes oceânicas no Hemisfério Norte se desviem para a direita e no Hemisfério Sul para a esquerda”, completa.
As correntes oceânicas profundas – também chamadas termoalinas – “são movidas pelas diferenças na densidade da água”, diz a NatGeo Portugal. Enquanto as correntes superficiais, por sua vez, são impulsionadas principalmente pelo Sol e pelo vento.
“Esta divisão é essencial para compreender como as correntes oceânicas não só afetam a superfície do planeta como ligam as profundezas abismais com o mundo existente sobre as ondas”.
Como as correntes oceânicas se movimentam
A variedade das temperaturas e a salinidade das águas influem em como as correntes se comportam nas profundezas. “Em regiões frias, como o Oceano Atlântico Norte, a água do oceano perde calor para a atmosfera e se torna fria e densa”, explica o artigo da NOAA. A partir de então, “quando a água do oceano congela, formando gelo marinho, o sal é deixado para trás, fazendo com que a água do mar ao redor se torne mais salgada e densa”. É justamente essa água densa, fria e salgada que ‘afunda no fundo do oceano’”, afirma a fonte científica.
Já a água da superfície “flui para substituir aquela que está afundando e que, por sua vez, torna-se fria e salgada o suficiente para afundar. Isso ‘inicia’ a correia transportadora global – um sistema conectado de correntes profundas e superficiais que circulam ao redor do globo em um período de mil anos”, completa.
Afinal, por que as correntes do oceano são importantes para o planeta?
Ainda de acordo com a NOAA, é a partir deste fluxo que as correntes oceânicas regulam o sistema climático da Terra – bem como renovam os ciclos de nutrientes e de dióxido de carbono que circulam pelos mares.
“Sua capacidade de armazenar e transportar calor e CO2 faz delas um ponto-chave no debate sobre o aquecimento global”, explica a National Geographic Portugal.
Por isso mesmo, o aquecimento das águas dos oceanos tem o poder de interromper esse fluxo ordenado da natureza: “As correntes são vulneráveis a estas alterações”, diz o artigo da NatGeo de Portugal.
Esses estragos ainda não foram totalmente mapeados pelos cientistas, mas são certamente catastróficos para a vida na Terra. “À medida que avançamos rumo a um futuro incerto, a investigação e preservação destas correntes deixa de ser uma questão meramente científica para se impor como prioridade global para a sobrevivência de inúmeras espécies – incluindo a nossa”, finaliza a fonte portuguesa.
Fonte: National Geographic Brasil