ARACAJU/SE, 5 de julho de 2025 , 0:18:42

Há 4,3% de chance de um asteroide atingir a Lua em 2032 e lançar detritos na Terra

 

Em mais uma revisão da trajetória do asteroide 2024 YR4, que deve se aproximar da Terra em 2032, os especialistas agora acreditam que existe uma chance de 4,3% da rocha espacial colidir com a Lua. Se isso realmente ocorrer, acredita-se que pequenos fragmentos do satélite natural poderão ser lançados em direção à superfície do nosso planeta.

Para chegar a tais conclusões, a equipe de pesquisadores das Universidades de Ontário Ocidental e Athabasca, ambas no Canadá, analisou dados coletados a partir do Telescópio Espacial James Webb. Seus resultados foram compartilhados no dia 12 de junho dentro da plataforma arXiv, e ainda não foram revisados por cientistas independentes.

Fragmentação da Lua

No seu novo estudo, os investigadores simularam como o impacto poderia criar uma cratera de aproximadamente 1 km de diâmetro na superfície da lua e lançar milhões de quilogramas de detritos para fora da órbita da Lua e em direção à Terra, onde chegariam dias depois. Veja vídeo produzido pelo grupo:

“Se o 2024 YR4, estimado em cerca de 53 a 67 metros de largura, atingir a Lua em 2032, será (estatisticamente falando) o maior impacto em aproximadamente 5.000 anos”, escrevem os especialistas no relatório. “A chuva de meteoros resultante na Terra pode ser algo impressionante”.

Embora muitas das rochas lunares, de milímetros a centímetros, possam queimar na atmosfera da Terra e não representar nenhuma ameaça aos humanos, algum material pode ser capturado na órbita da Terra. Isso já representa um risco um pouco maior para satélites, espaçonaves e astronautas.

“O impacto na superfície da Lua seria comparável a uma grande explosão nuclear em termos da quantidade de energia liberada”, explica Paul Wiegert, principal autor do estudo, à Agence France-Presse. “Uma pedra do tamanho de um centímetro viajando a dezenas de milhares de metros por segundo é muito parecida com uma bala”.

Defesa da Terra

Por meio de suas descobertas, a equipe canadense sugere que as agências espaciais devem começar a considerar também em seus planos de defesa planetária as ameaças a áreas do espaço próximo. A Nasa, por exemplo, já rastreia há muito tempo asteroides e cometas que podem atingir o planeta diretamente, mas a Lua aparece como uma preocupação secundária.

Em 2022, a agência americana chegou a realizar um teste para verificar a possibilidade de se desviar asteroides a partir de colisões com objetos humanos. A missão se mostrou um sucesso à medida que a rocha Dimorphos mudou sua trajetória orbital a partir do encontro com a sonda Double Asteroid Redirection Test (Dart).

O asteroide 2024 YR4 ainda está muito distante para ser observado adequadamente – o que só deve melhorar em 2028. Mas, apesar de preocupações anteriores de que um impacto com a Lua pudesse alterar sua órbita ao redor da Terra, a Nasa descartou esse cenário em abril, quando reavaliou seu tamanho, lembra o jornal The Guardian.

Fonte: Revista Galileu

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