ARACAJU/SE, 20 de fevereiro de 2025 , 16:06:26

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Meta anuncia planos de cabo submarino de 50 mil quilômetros unindo cinco continentes

 

Em 2021, a influenciadora digital Alexandra Gurgel viralizou após interpretar uma suposta notícia de que “os fios que ligavam a internet” tinham sido rompidos — e que, por isso, aplicativos como o WhatsApp e o Facebook não estavam funcionando naquele momento. A influenciadora se tornou um meme por sua interpretação inocente sobre o funcionamento de internet. Afinal, não é um “cabo único” que sustenta a internet no mundo todo.

Corta para 2025. A Meta anunciou que pretende criar uma enorme rede de cabos submarinos que interligarão o globo. Será que a influenciadora estava à frente de seu tempo?

Brincadeiras à parte, é graças aos cabos que cruzam os oceanos que conseguimos sinais de telecomunicação eficientes e rápidos. Sem eles, a nossa experiência de comunicação digital, transmissão de vídeo e até mesmo de trocas monetárias seria completamente diferente. Mesmo assim, os planos da Meta podem ser considerados ousados.

O novo projeto foi batizado “Waterworth”. Ele prevê a instalação de aproximadamente 50 mil km de cabos elétricos, tornando-o maior sistema de conectividade do mundo. Espera-se que ele ligue os cinco continentes habitados, conectando áreas de interesse nos Estados Unidos, Índia, África do Sul, Brasil e outras ainda não divulgadas.

“O projeto permitirá maior cooperação econômica, facilitará a inclusão digital e abrirá oportunidades para o desenvolvimento tecnológico nessas regiões”, afirma a empresa, em comunicado. “Por exemplo, na Índia, onde já vimos um crescimento e investimento significativos em infraestrutura digital, o Waterworth ajudará a acelerar esse progresso e apoiará os planos ambiciosos do país para sua economia digital”.

Cabeamento submarino

Segundo a Meta, projetos de cabos submarinos são a espinha dorsal da infraestrutura digital global, correspondendo por mais de 95% do tráfego entre os continentes. Nesse sentido, o Waterworth se destaca por ampliar as rodovias digitais em três novos corredores oceânicos, instalados a 7 mil metros de profundidade e técnicas de enterramento aprimoradas em áreas de falhas de alto risco (como águas rasas, para evitar danos causados por âncoras de navios).

A empresa de pesquisa de mercado de telecomunicações TeleGeography afirma à BBC que atualmente existem mais de 600 sistemas de cabos submarinos conhecidos publicamente em todo o mundo. Isso inclui o cabo 2Africa, apoiado pela Meta e operadoras de redes móveis como Orange, Vodafone e China Mobile, que conecta três continentes e abrange 45 mil km.

Hoje, as empresas de tecnologia que atuam como grandes provedoras de serviços web investem enormes somas em infraestrutura de cabo. Em 2024, o Google disse que construiria o primeiro cabo submarino conectando a África e a Austrália, além de anunciar um investimento de US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões) para aumentar a conectividade com o Japão com dois novos cabos no Oceano Pacífico.

Ao fornecer os meios para alimentar uma variedade de serviços digitais e de transferência de dados, o cabeamento possibilitará a chegada da internet de alta velocidade a diversos pontos do planeta. Isso permitiria impulsionar os recursos tecnológicos mais modernos, como a Inteligência Artificial (IA).

“Conforme a IA continua a transformar indústrias e sociedades ao redor do mundo, fica claro que capacidade, resiliência e alcance global são mais importantes do que nunca para dar suporte à infraestrutura líder”, escreve a empresa. “Com o Projeto Waterworth, podemos ajudar a garantir que os benefícios da IA e de outras tecnologias emergentes estejam disponíveis para todos, independentemente de onde vivam ou trabalhem”.

Fonte: Galileu

 

 

 

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