A nova política de moderação das redes sociais da Meta foi oficializada em português. A decisão que afrouxa a restrição de conteúdo preconceituoso e acaba com a checagem de informações potencialmente falsas foi anunciada por Mark Zuckerberg na terça-feira (7) e só estava disponível em inglês.
Partes do documento permitem que se faça no Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads – desde que de “forma satírica” – a livre associação de homossexuais e transgêneros a termos como “esquisito”. Esse trecho aparece na versão brasileira também.
Além disso, mais normas foram traduzidas, como a que libera a defesa de superioridade de gênero ou religião em detrimento de outras e a alegação de doença mental ou anormalidade baseada em gênero.
Mais diretrizes que barravam publicações com linguagem excludente sobre imigração, homossexualidade e religião foram apagadas. Ou seja, com a norma atual, são tolerados ataques a pessoas ou grupos, por exemplo, “com afirmações de que eles têm ou espalham coronavírus”.
A flexibilização do discurso compartilhado por usuários acompanhou a dispensa dos checadores de fatos da gigante. Na prática, a Meta acabou com a política instituída há oito anos para reduzir a disseminação de desinformação na rede.
Dessa forma, é responsabilidade da comunidade acrescentar correções às publicações que possam conter informações falsas ou enganosas. Zuckerberg defendeu a atualização. “É hora de voltarmos às nossas raízes em relação à liberdade de expressão”.
O recém-nomeado presidente de assuntos globais da Meta, Joel Kaplan, também repercutiu a medida na qual alegou servir para eliminar regras excessivamente restritivas sobre temas de “frequente debate político”.
Atitudes para se aproximar de Trump
O fim da política de moderação é apenas mais um passo de aproximação entre Zuckerberg e Donald Trump. Desde que o republicano ganhou as eleições em novembro, a Meta busca reatar as relações com os conservadores. Para isso, o bilionário dono da gigante jantou com Trump em Mar-a-Lago, onde também se reuniu com Marco Rubio. Uma doação de US$ 1 milhão para a posse do presidente foi concretizada naquela noite.
Além disso, há uma dança das cadeiras em andamento na companhia. Na semana passada, o republicano Joel Kaplan, conhecido por intermediar a relação da Meta com os conservadores, foi nomeado como presidente de assuntos globais. Na segunda-feira (6), Dana White, chefe do UFC e aliado próximo à Trump, se juntou ao conselho da gigante.
Fonte: R7