A tecnologia do Wi-fi, que hoje é comum praticamente no mundo todo, tem uma história longa e que remonta à Segunda Guerra Mundial. Segundo a Encyclopaedia Britannica (uma plataforma de conhecimentos gerais baseada no Reino Unido), o Wi-fi é definido como “uma rede que usa ondas de rádio para permitir a transmissão de dados em alta velocidade por curtas distâncias”.
Saiba mais sobre a história dessa tecnologia que foi desenvolvida por uma mulher e, atualmente, é quase impossível viver sem ela aliada à internet.
O Wi-fi e seus antecedentes na Segunda Guerra Mundial
A origem da tecnologia que mais tarde possibilitaria o desenvolvimento do Wi-Fi foi impulsionada pelas necessidades militares da Segunda Guerra Mundial. Uma das mentes por trás dessa inovação foi Hedy Lamarr (1914-2000), uma atriz de Hollywood cujo interesse em ciência e tecnologia levou a uma importante invenção no campo das comunicações, como explica um artigo sobre o tema publicado pelo site dos Arquivos Nacionais dos Estados Unidos.
Lamarr, cujo nome verdadeiro era Hedwig Eva Maria Kiesler, nasceu na Áustria e era descendente de judeus. Durante seu casamento com Friedrich Mandl, um fabricante de armas próximo aos governos alemão e italiano, Lamarr teve acesso a reuniões sobre desenvolvimentos militares, o que a inspirou como inventora, diz a fonte.
Quando as tensões tanto na Áustria, como na Europa, se tornaram excessivas por conta da Segunda Guerra, Lamarr emigrou para os Estados Unidos, onde continuou sua carreira cinematográfica.
Após a entrada dos norte-americanos no conflito, a atriz quis contribuir e, juntamente com o pianista e compositor estadunidense George Antheil, que também era inventor, criaram o chamado Sistema Secreto de Comunicação.
Ainda de acordo com os Arquivos Nacionais, esse sistema mudava constantemente de frequência para evitar que torpedos controlados por rádio fossem interceptados. Em 1942, sob o nome de Hedy Kiesler Markey, Lamarr registrou uma patente para esse sistema.
Os Arquivos Nacionais dos Estados Unidos também contam que, inicialmente, a Marinha norte-americana rejeitou a invenção, considerando-a muito avançada para a época.
O Sistema Secreto de Comunicação de Lamarr e Antheil foi reconhecido mais tarde, estabelecendo as bases para tecnologias como Bluetooth e Wi-Fi. Como relata um artigo de National Geographic Espanha, em 1962, durante a crise dos mísseis cubanos, a tecnologia de Lamarr foi usada para interceptar comunicações e controlar torpedos.
Quando o Wi-Fi se tornou popular?
Ainda de acordo com a Encyclopaedia Britannica, em 1985 a Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC) permitiu o uso não licenciado das bandas de frequência de 900 megahertz (MHz), 2,4 gigahertz (GHz) e 5,8 GHz, liberando parte do espectro de rádio para qualquer pessoa usar sem licença.
Depois disso, as empresas de tecnologia começaram a criar redes e dispositivos sem fio para aproveitar o espectro disponível, “mas sem um padrão sem fio comum, o movimento permaneceu fragmentado, pois os dispositivos de diferentes fabricantes raramente eram compatíveis”, continua a fonte britânica.
Em resposta, um comitê de líderes do setor desenvolveu um padrão comum chamado 802.11, que foi aprovado pelo Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (da sigla em inglês IEEE – Institute of Electrical and Electronics Engineers), em 1997. Dois anos depois, um grupo de grandes empresas formou a Wireless Ethernet Compatibility Alliance (WECA, agora conhecida como Wi-Fi Alliance), uma organização global sem fins lucrativos criada para promover o novo padrão sem fio que batizou a nova tecnologia de Wi-fi.
Atualmente, o Wi-Fi é uma ferramenta cotidiana que permite que dispositivos como computadores, impressoras, consoles de videogame e telefones sejam conectados sem fio.
Fonte: National Geographic Brasil